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sexta-feira, maio 23, 2008

Velhos tempos

Hoje, remexendo nos velhos arquivos do ordenador, atopeime con esta parrafada que escrevera no 2006 para un velho blog que hoje ja non existe. Gostei de relelo, e crin interesante rescatalo nunha concesom inaudita as lembranças. Agardo que saibam desculpar a mala ortografía lusista... Aí o vai:


Aínda agora começou a sair o sol. Som as catro menos cuarto do vintedous de decembro do dous mil seis. A temperatura foi moi baixa, catro graos baixo cero as once da manhá. Xa facia tempo que nom me fodia tanto o frio,debe ser que desde que estou em compostela coas temperaturas mais suaves ablandeime coma um figo paso. Debo ter um oido fodido e gorja chea de bacterias. O caralho do can, branco coma a xeada, quedouse durmido nos meus pes co lume da fogueira. Dame preguiça escrever, ja que eu tamen estou a adormecer. Pero como minha avoa me di ainda as veces, “ o corpo um nom pode darlhe tudo o que lhe pide, pois acostumase os malos vicios”.

Como di Rubem Alves, psiquiatra e escritor brasileiro, “eu nom podo ser filosofo ja que nom penso a traves de conceitos, senom de imagems”. Eu suscribome a essa afirmaçom. E foi assim que hoje, o verem as estalactitas da auga que baixa polo lameiro colgando da parede, me lembrei de cando era neno, de cando en inverno me detinha ali para colher o bus da escola. Ali fitabaas, falaba com elas como se realmente fossem seres animados. Eram companheiras de parada mentres o bus nom chegaba. Agora nom me lembro bem de que conversabamos, mais sim que tinhamos conversas moi animadas. Cando chegaba a primavera falaba igualmente coa auga. Mais algumhas veces caminhaba um pouco mais e ia ata a parada anterior, diante da casa do meu vecinho e amigo tonho, que tamen agardaba o bus, o lado da fogueira que seu pai prendia no patio. Assi quentabame um pouco antes de vir o bus, o problema estaba em que as veces, o dia seguinte, as estalacnitas mo botaban em cara. Cando me via tiritar, o tonho dous anos menor ca min, diciame: “o segredo contra o mal do frio é lembrar um desses dias de veran nos que se assam os lagartos ó sol”. É o certo, funcionaba!!!

Resulta estranho como as veces os recordos venhen a nossa cabeça para nos salvar da agonia ou dos cruçes de caminhos, como coa lembranza do veram, ou esta que agora escribo mesmo. Como nos evandem para tentar salvarnos da dor. Hoje cando vin as estalacnitas pensei: “aqui estou, ai seguides”. Pero desta volta elas nom respostarom, quizais rencorosas do abandono que lhe infringin, e crebou a magia. Volvin a realidade do momento, a bretema atravesandoche os osos, as estatuas do verde esculpidas polo inverno...(quem puidera ser peter pan eternamente...) as veces penso que a realidade é como é, que sí aurelinho que tes raçom, podemola mover ainda que custe, pois para algo estamos dentro dela. Pero penso que tamen é certo aquelo que di Xavier Cercas en soldados de salamina: “ um nom atopa o que busca, senom o que a realidade lhe entrega”. É com esta afirmaçom na mente limitome ó que atopo e tento de melhoralo, coa imaginaçom por egemplo. Por esso creo aurelinho que umha cousa nom exclue a outra como ti me digeches o outro dia, digeches que eso era pesimista, pode selo, pero nom desse geito. Mas bom, é hora de ir rematando esta parrafada sem sentido. Fareino cumha frase de Rubem Alves, dos seus artigos que recentemente sairom publicados no jornal electronico www.galizalivre.org, e que se chaman “o que é cientifico?”. Recomendovolos a tudos os que nom os lestes, ja que dan muito que pensar.

A frase de Rubem Alves é:O pensamento é uma coisa existindo na imaginação antes dela se tornar real. A mente é útero. A imaginação é fecunda. Forma-se um feto: pensamento. Aí ele nasce...”

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