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domingo, dezembro 27, 2009

Re-Moe

Caminham o meu carom moitas gentes,
nom me som alheos um por um a cada paso,
caem do ceo em cada milimetro silentes
mentras imos, na noite pecha, andando.

Paro-me, a praza está fitándo-nos,
vendo os nossos apagados sonhos
no subconsciente com mil chaves fechado.
Esta-nos fitando desejando nom namorar-se.

Sento-me, passa um guerreiro, no éxtase.
Passa Dulcinea e Sancho Panza em trance.
Muinhos, som muinhos, mas já nom há muinheiro.
Perdeu-se Arturo buscando Santa Maria do Cebreiro.

A praça fita-nos, desejando nom namorar-se... oh muinheiro!

2 comentários:

AFP disse...

Umha delícia ver como Celso Emílio e Cervantes ecoam sem estridências nesta conduçom lírica em que se respira no fundo umha entranhável saudade polo que já nunca quiçais volte a ser. Que será do interior da Galiza? Que será das nossas aldeias, dos nossos montes,das nossas leiras... que será da nossa língua e da nossa cultura? Que será de nós quando sejamos umha caricatura da caricatura do povo que um dia fomos?

"En sombra, en tierra, en polvo, en humo, en nada".

"Polvo serán, mas polvo enamorado"

Anônimo disse...

Seremos nós na história mas seremos nós e "das nossas cinzas nasceram flores" dizia o outro... E tinha raçom, porque a terra volve dar o que nela se sementa. E nós sementamos amor e esperança alá por onde imos.... mentres imos andado!