10/2/09
«O grande subministrador de educação do nosso tempo, incluindo a “cívica” e a “moral”, é o hipermercado. Somos educados para clientes. E é essa a educação básica que estamos a transmitir aos nossos filhos», José Saramago.
«¡Izquierda! Tú no eres de izquierdas. ¡Derecha! Tampoco de derechas. ¡De centro! Tú eres de centro, de centro comercial; ¡anormal!», Lehendakaris Muertos.
Aqui, as crianças tapam os olhos para agochar-se,
os adultos viram a faciana para nom ver e
nas ruas velhas da vila joga a vida coa mentira.
Aqui, os faróis tecem pó preto ao passar dos sapatos
e a luz levita sob suportais de maciça pedra
mexendo-se sobre obscuras e abstractas cabeças.
Aqui o negro inunda contentores,
aqui o lixo amoreia-se no peito dos homes.
Aqui cheira a baleiro. Aqui fede a carniça.
Aqui os corvos chiam no campanário da igreja primitiva
um gastado requiem à ignomínia dos homes
e da casa da ignoráncia sai um tufo a livro morto.
Aqui, os cérebros correm coas ratazas polos submidoiros
e as augas fecais molham-me o meu rosto,
tingido de múltiplos excrementos, alheios e próprios.
Aqui, as ideias e os pensamentos fam cola no supermercado
e as vontades tirárom-se ao monte, escapadas,
do dever que pede o tempo podre do após-modernismo.
Aqui, o azul céu do mundo próspero agocha
o preto céu do inframundo e um fedor a podrémia
percorre os nossos rios de xurro.
Aqui, no primeiro mundo só hai umha raça,
a indolente e sonámbula raça humana.
Um comentário:
Ohhh
gustoume moito esta entrada.
Será un pracer terte polo meu blogue.
Unha aperta!
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