"...Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra"
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra"
Carlos Drummond de Andrade
No silenço da noite um neno berra,
Pés espidos caminham pola raia branca
dumha estrada quase eterna.
Os meninhos choram e á alba
súas nais apertam-lhe a mao
com máis força.
Lobos que auleam e coelhos que bulem,
No meio do caminho há muitas pedras
e nós somos sem sabe-lo a primeira delas.
Pedras do caminho que moem
coma cabalos de Atila!
o ceo dos sonhos e a testimunha das feridas.
E somos eterna pedra no meio do caminho
sem sabe-lo prantando noite eterna
nos olhos e maos dos que sofrem e choram.
Um comentário:
Quantas pedras teremos nós, caro companheiro? Muitas, as que vemos e as que nom vemos.
Desfrutei lendo esta composiçom que pom o acento ali onde é necessário pô-lo: nos olhos e nas maos dos que choram.
Umha aperta irmandinha e "sauda-me sempre".
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