Cavalo vermelho do trotar doce,
louco conselheiro de mocidade,
tímido e veloz corcel cándido;
acolhe na tua montura a minha vida
e leva-me por cima do Faro
até os confins da antiga Finisterrae,
onde aguardam os sonhos da minha amada
numha artesa liviá e dourada.
Permite-me, cavalo desbocado,
alcançar a pele celestial do meu anjo,
o colo terso, lene e tostado
dessa minha admirada mulher.
Acolhe nos teus braços este ginete
e tracejemos arredor da lua
círculos cántabros de amor
chuchamel, oxigénio, prazer
e um eterno desejo de volver
a passar os beiços pola tua
feminina e frágil silueta.
Em quantos nomes vives,
cavalinho da andadura encarnada?
Em quantas mulheres te vim?
Para nada. O cavalo do pensamento
corre polas areias do dia,
tu, cavalo do amor,
só me colhes em sonhos polas noites
e fico em silêncio, apeado,
durante o ardente reino de Apolo,
covarde, sem folgos, calado...
no meio do ar putrefacto.
2 comentários:
Fermosísimo poema, encandiloume.
unha admirada aperta.
O amor garcia, esse cavalo de batalha irreflexivo que galopa sobre as nuvens ou como dizia o outro "hasta enterrarnos en el mar"...
O amor, essa patria dos homes, esse aire necessario com o que fugir da cordura. Esse mal tam bom!
Deverias ensirna-lhe ó mundo esses sonhos de galope máis a miúdo! ;)
Um aperta!
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