A Jorge, Paula e Rafa, románticos dum mundo perdido
entre ananos, mesquinhos e ruído.
A cidade é umha congostra
que com cantos de sereia
condena aos Odieseus,
convertendo-os sempre,
sempre, em simples ilotas.
A cidade é um um nostoi impossível;
e a antiga comunhom fica apagada
numha fatigada natureza,
esperando contra toda esperança
esse um outro mundo (im)posível.
A cidade é um moínho,
um hórreo escangalhado
em que se moem as liberdades
e os sonhos som vaguidades
mercadas num hipermercado
a preço de saldo.
A cidade é o reino dos parasitas
no universo do salário estipulado
por meio dumha fé cega no contrato
e o livre comércio dos súbditos.
O Ser Humano cuinca na cidade
e os cidadaos refugiam-se no Medúlio,
esse monte imaginário
desmontado pedra a pedra
polos canteiros da barbárie e da miseria.
A cidade é templo.
A cidade é dogma.
A cidade é doença eterna.
A cidade é província
e cosmopaifoquismo
esquizofrénico.
A cidade cheira.
A cidade é esterqueira.
A cidade sem cidadaos, meus,
é-vos simplesmente umha MERDA.
4 comentários:
:)
Moi bo.
Xa somos, oficialmente, "románticos do rural"?
Apertas irmandinhas.
" cosmopaifoquismo esquizofrénico"...
gostei moito, voullo aplicar a máis dun... saúdos dende a diáspora
Fermoso como sempre, gústame recalar por aquí e deleitarme coas túas verbas.
Beijinhos.
A cidade é o cemitério onde vam morrer toda-las dignidades do ser humano, é o lugar onde perdemos a nossa condiçom de seres livres; onde como bem dis nos convertemos em ilotas. Com a cidade perdemos a nossa soberania, por que a soberania e independencia só podem existir num contexto de autogestiom, e esso nom o da a cidade porque a cidade hoje em día converte as persoas simplesmente em propietarias da súa força de trabalho, a cidade é Taylorista e como dizia Taylor "O obreiro é um mono amaestrado". Eu reclamo para nós o aldeanismo, eu nom quero ser cidadao nem súbdito.
Postar um comentário