Conheço’umha rapaza
Um dia d’invernia
E fico namorado
Da sua formosura
Ao pouco de termo-nos conhecido
As curvas som formosas,
Os olhos e’os cabelos,
Resulta-me todo perfeito nela
Nom é por romantismo
Nem falta de sentido,
Perfeita por completo
Abafa-m’as ideias
Que tenho na cabeça,
Contemplo-a sen tempo par’óutras cousas.
Defeitos nom existem
Em todo’o qu’a circunda,
Em nada que se saiba
Produz-vos desagrado,
Porém dá-me medo’o que representa:
Radiante na figura,
No corpo, no sorriso,
No’aroma, nessa’olhada,
Na casa, na parróquia,
Na’aldeia, na comarca,
No mundo que m’afoga
Pareç’um espelho dos meus desejos
E vejo-me nel, deformada’a cara,
Sen dar aturado’o que diz o vidro,
À vista dos meus sonhos,
Daquilo do qu’eu gosto,
Já feito realidade,
E vejo nel um monstro.
Verdesce cos dias a Primavera
E fico prendido daquela moça
Que fai este mundo mais grande’e verde
Enchendo-o com ar cos seus olhos ledos,
Deixando-me tempo pra ser eu mesmo.
Nom quer conformar-se co seu aspecto:
Nariz algo grande, ou pouco peito
Orelhas grandinhas, ou as cadeiras...
E muitas cousinhas que nom confesso
Pois som os detalhes qu’adoro dela
E fam-nos humanos (ao mesmo tempo).
4 comentários:
Tem coidado cas lobas que mordem xD
XD
Qué é iso de "traduzido do samoiedo Setentrional"?
xD
Um título
Postar um comentário