Para os Argos deste meu tempo, fiéis cans cegos que ainda aguardam o nostoi do seu dono e para Penélope, este cobertor de palavras, para que a agarime, enquanto nom volta para o seu lar o seu amado Breogám.
«Abaixo a guerra colonial! Abaixo a guerra colonial! Este grito é a primeira e grande preocupação do povo português».
A moa de ferro gira parasitando o ar.
O ínclito trem de altas velocidades espanholas,
AVE Espanha!
As barragens.
Os fios de alta tensom.
A auga cocacolonizada.
As boinas deitam leite regalado
que nace en pronvincias honrado
e logo vam-no drena, drena, drenando.
Os alcolitos e os barblás do nosso seu país.
O vinho de Chantada – Lugo – España.
As palavras mortas e enterradas
nos cemitérios das paróquias.
As suas nossas gestas desportivas
com as cores que no 36 nos esganárom.
As nossas cidades monárquicas
vam-se drena, drena, drenando.
El pulpo à feira sabe mejor
con libertaZ y austeridaZ,
sin la singular imposición
que produce descomposición.
Deixade fazer,
deixade passar,
a brigada de demoliçom e limpeza étnica.
Glotofaxia e etnocídio.
O Sil é o seu carreiro.
O monte carvom e indústria.
Troquemos labregos por javalis.
Os acidentes laborais som míngua de recursos humanos,
os atentados patronais som disciplina para a força de trabalho.
Os moços.
A tua melhor geraçom mai nasceu eivada e velha.
Este vai-se e aquel vai-se.
Galiza todos se vam,
mas chega a bula papal para as gaivotas,
um passo adiante e outro atrás Galiza!
Moçambique, Guiné, Angola,
Macau, Casamança, Timor,
Brasil, São Tomé, Goa...
e a teia dos teus sonhos nom se move!
Saudade. Arredores sem roçar
e as lapas ardem os antigos eidos
preenchendo do eterno carbono o céu;
ou Galiza boi de palha!
Jaz aqui (privatizada, cativa e alienada,
domada e castrada)
a derradeira colónia de língua portuguesa...
Já nom aram os bois,
mas seguem-nos dizendo que chove.
4 comentários:
Longo agarimo de verdades !
Un saúdo !
Xa non aran os bois.
HAHAHAHA Xd
Quiçais algum día voltem arar
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