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quinta-feira, setembro 09, 2010

DESODORANTE

Para os Argos deste meu tempo, fiéis cans cegos que ainda aguardam o nostoi do seu dono e para Penélope, este cobertor de palavras, para que a agarime, enquanto nom volta para o seu lar o seu amado Breogám.


«Abaixo a guerra colonial! Abaixo a guerra colonial! Este grito é a primeira e grande preocupação do povo português».


A moa de ferro gira parasitando o ar.

O ínclito trem de altas velocidades espanholas,

AVE Espanha!

As barragens.

Os fios de alta tensom.

A auga cocacolonizada.

As boinas deitam leite regalado

que nace en pronvincias honrado

e logo vam-no drena, drena, drenando.


Os alcolitos e os barblás do nosso seu país.

O vinho de Chantada – Lugo – España.

As palavras mortas e enterradas

nos cemitérios das paróquias.

As suas nossas gestas desportivas

com as cores que no 36 nos esganárom.

As nossas cidades monárquicas

vam-se drena, drena, drenando.


El pulpo à feira sabe mejor

con libertaZ y austeridaZ,

sin la singular imposición

que produce descomposición.


Deixade fazer,

deixade passar,

a brigada de demoliçom e limpeza étnica.

Glotofaxia e etnocídio.

O Sil é o seu carreiro.

O monte carvom e indústria.

Troquemos labregos por javalis.

Os acidentes laborais som míngua de recursos humanos,

os atentados patronais som disciplina para a força de trabalho.


Os moços.

A tua melhor geraçom mai nasceu eivada e velha.

Este vai-se e aquel vai-se.

Galiza todos se vam,

mas chega a bula papal para as gaivotas,

um passo adiante e outro atrás Galiza!


Moçambique, Guiné, Angola,

Macau, Casamança, Timor,

Brasil, São Tomé, Goa...

e a teia dos teus sonhos nom se move!


Saudade. Arredores sem roçar

e as lapas ardem os antigos eidos

preenchendo do eterno carbono o céu;

ou Galiza boi de palha!


Jaz aqui (privatizada, cativa e alienada,

domada e castrada)

a derradeira colónia de língua portuguesa...

Já nom aram os bois,

mas seguem-nos dizendo que chove.

4 comentários:

Antón Mixiriqueiro disse...

Longo agarimo de verdades !

Un saúdo !

Paula Verao disse...

Xa non aran os bois.

O rumor do vento disse...

HAHAHAHA Xd

Anônimo disse...

Quiçais algum día voltem arar