Eu som daqui
Deste burato fondo
onde estam a medra-las herbas
entre anacos de floreiros rotos
no chao dos cemitérios.
Este silêncio me pronuncia
e me acobarda para que cale
e outros calem fitando meu exemplo.
Esto é o que cheguei a ser
um boneco máis ao que Taylor
desde o inferno máis celeste
lhe dá forma.
Miro passa-las viúvas
dos vivos e das mortas
e deséjo-as tal Amandas
mistériossas de faziana cansa
á saída da moderna fábrica,
de excelsas coussas cheias
coloridas e pompossas.
Alí há progresso, paz, justiça.
Rogai irmaos
para que este sacrifizo nosso,
nosso soio,
seja agradável ao insaciábel todopoderosso.
2 comentários:
Muito bom poema; já che dixem algumha vez que gosto muito das tuas imagens, cá a "pauta" mantém-se com certeza. Por vezes compraz-me pensar que Saramago foi umha sorte de nascimento dumha fonte e nós podemos imaginar sermos o regato que escoa à terra e entranha nela, infectando-a coa nossa dissidência. Decerto Saramago entranhou coa sua sensibilidade em mim fundamente, e acho que também o fijo em ti.
Abraços dum ermám de leite
Muito bom irmão, faz mesmo estromecer-se pelas imagens que empregas e porque no fundo do poema deixam ver-se vivências e tensões com as que todos antes ou depois temos que lutar.
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