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quinta-feira, junho 15, 2006

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As oposições fizeram nascer as separações que originam várias dores. Não que isso não produza nada. Alguns belos escritos já foram feitos por isso! Mas até mesmo os escritos são o que é vivo. E viver separando é viver se opondo. Vivo e morto, por exemplo. Não que o ato de opor e de se opor não produza nada. Muito se caminha nas oposições. Mas que caminho é esse? Um caminho lotado de paredes borolentas. Ásperas e fétidas. Com Homens, Bichos e Coisas. Todos bem separados. Com sagradas impurezas que parecem querer purificar, profanar um correto louco e livre. Sem correntes. Sem rotinas. Com pontos e contrapontos em tudo, como se no nada não houvesse um ponto de um vazio cheio de algumas contradições e contrapontos. Como se a Lógica não fosse apenas uma lógica. Posso dizer podemos. Posso falar somos seus e meus até a posse se desfazer e sermos vários de nós mesmos e de quem nem sabe que existimos. Posso não me limitar às minhas vontades e dizer sim às suas e a de todos, aos pontos, círculos, quadrados, triângulos, finitos. Posso jogar geometria e calcular o futebol. Posso fotografar as minhas nossas histórias e historiar a engenharia das paredes, dos bichos e das pessoas. Posso voar qualquer vôo que não se possa imaginar. Ser amigo das correntes, íntimo dos grilhões, ser a liberdade e nos libertarmos dentro de um quarto de quatro lados, ansioso pra ser mobiliado e povoado por palavras. O quarto papel. Posso não achar que sou a origem de todas as coisas e que elas não precisam mudar para que eu seja. Bem simples! Podemos apenas ser e sermos todos juntos mesmo que em si só. Podemos, mais que isso, nos jogarmos à entrega, aos medos, sermos contra, santos, castas, formigas, elefantes, poetas, reclamões, mesquinhos, contraditórios...sempre sendo no outro o que todos podem ser, desmembrando as separações eternas com encontros para sempre.
Francis

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