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quarta-feira, novembro 08, 2006

Belas mentiras

Meus olhos não se arregalam mais com promessas não cumpridas
Nem me aperta o coração vê-las assim, esparsas ao vento.
Elas se mesclam às folhas do outono e somem no ar
Mentiras belas de se acreditar
As tristes poesias que lia para ver brotar-me o choro
Nada conseguem hoje. Nada me comove.
As delicadezas de teus versos foram reservadas ao passado.
Tão presente em mim e por isso recusado.
Teus ditos, não ditos, não me povoam mais.
Vejo, a cada pôr do sol, um pouco de ti que se vai.
Um pouco de ti que adormeço.
Durmo desabitando-me, tentando encontrá-lo.
Encontro minha fuga. Sempre fujo...
Às labaredas que me compõe despejo água fria.
Congelo minhas entregas e cuspo escritas de nós.


(Gérbera, a partir do último texto)

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