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quarta-feira, novembro 15, 2006

Vivo em uma alcova de Deus
há muitas décadas.
Quando fiz dali minha morada,
um apelo ao desejo de pureza e assepsia,
eu incertamente sabia que meu nome desapareceria.

O corpo de mulher, aos poucos, cada dia,cada hora, mais flácido e sonolento.
Olhos esquecidos de um amor , tão vivo e intenso que agitavam a minha alma.
Não me lembro mais das noites de dama, do vinho, ou mesmo do hálito de qualquer homem que tenha sido.
Em algum lugar, eu fui uma mulher que queria,
Deixava rastros e perpetuava meu existir.

Na alcova, o remédio contra a dor
virou anestesia,
apagando tudo,
levando através do muro, o mundo.
Perdi a cor, de-cor.
Nem a loucura, me restou.
Nem o nada,
nem humanidade nenhuma,
Só Deus e os horrores desse encontro transparente.

Carolina

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