A revoluçom está na cidade e os seus benefactores estám a espertar em tromba. Estám tomando as armas e já venhem cara aquí. Pobre de ti se estás no meio e nom te apartas, se dubidas um minuto da súa vontade precoz e da súa corrida feroz.
A revoluçom caminha tercamente e já chegou a praza, deijou os alimentos de manhá: o pam dos marisqueiros, dos marinheiros, dos labregos, dos obreiros... labregobreiros... Deijou-no esfarelado no cham, comesto das pombas, regado de licores residuais emanados da acçom directa das massas, da vontada suprema da súa voz que foi e hoje canta.
A revoluçom já está aquí: Téme-a.
Está falando, nom se para. O sangue chama a ser o que deve ser e punto. Já toca clamar justiça, vinganza... No seio de Abraham tudos estám ansiosos, tudos querem espertar para que lhe digam que nom se trabucarom, que triunfarom. A história será julgada, os bons serám rescatados e tudos absolutamente cantarám no coro dos justos antes de que caia a noite ou saia o sol: tudo segúm o mires.
Pero folclorismo senhores, folclore! Postmodernismo! O capitalismo mongue os país: os país amamantam as crias desposuidas: da súa casa, dos seus avós, da súa eira... Da súa vida! Sigamos cantando...
A vida som umhas rissas.
Um comentário:
Boíssimo, e como na Áuria de dom Celidónio a biblioteca arde e a orquestra começa com outra sonata.
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