Orfeu lisca entre a tremosa corda
da insegurança
dum peito que já nom é o meu.
Perante o abismo do futuro
erguem-se os interrogantes e o medo
como coro trágico da mocidade galega
como preságio saudoso
dumha vida que maltrata os valentes
e condena na incompresom os generosos.
E aqui jaz Antom Fente Parada
em parada cárdio-repiratória
saudoso de saudades morrinhentas
ecoadoras dum eco que se apaga
no desengano cruel da aprendizagem vital
sempre inconclusa.
Som pedra tenra de sentimentos
que guardo numha artesa
sob as sete chaves do medo,
da inquedança,
da incerteça,
da insegurança,
do amor,
do desamor
e da esperança.
A chave mestra já nom a tenho eu...
perdeu-se no estantio das estrelas
onde Antom Fente nasceu e morreu
metido num quadro fotográfico
composto de pena e de amor.
Nom há bágoas neste passamento
só o teu nome marcado a fogo
na apodrecida tábua do meu peito.
Longe ouve-se umha voz...
se calhar fala de reencontros.
3 comentários:
C'est la vie irmao... Nom há que fazer-lhe. Dizia Angel Fernandez aquelo de... "Un mundo vendrá distinto a este"
Mas ánimo! sempre ha que abrir novas frontes.
Essa sensaçom da morte adiantada sentim-na (mas doutro modo, imagino) também por um tempo. Se calhar estranhamos colectivamente aquele tempo em que éramos apenas "bechos humanos" (destroçando a Camões) e nom fôramos sublimados polo progresso conquistador. Quase ninguém nos compreende, mas os manos sempre estarám aí para quando figerem falta
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