Na ribeira o raposo come as blancas e deija-as tintas,
Nas devessas e regatos alampa o jabarim recém soltado...
Há vento esta noite na cassa da alma desta pátria.
Eolo se chama, Eolo dispara, Eolo quer tirar
os muros de perda e barro da nossa cassa,
Éolo quer soplar perto, perto, perto dos pinheiros
que rodeiam ao noso lar indestructível.
Está noite já disparou eolo,
tirou com os teitos de palha das chabolas
ennegrecidas da falha de lapises nas escolas
da venezuela novechenttista dos caciques.
E veu um ar de crueza o cemiterio
que remejeu os osos dos gaiteiros
que hoje tocam a alborada da veiga
e em sucessivo tracto a munheira de Chantada.
Acordo-me de ti gaiteiro e clarinetista
do cuarteto antergo dos cerralheiros
que polos eidos de Santo Estevo do Mato,
deu vida a mágicas colheitas de mocidades pátrias...
embravecidas para as pátrias alheias...
Galiza é nossa porque ela fostes Vós!
A Galiza na vossa música foi ceiva!
Nos pés dos bailadores nas cantinas velhas!
Fostes, Sodes, Seredes...
A Sr. Manuel Prado Beltrám, Gaiteiro e Clarinete das terras de
Santo Estevo do Mato (Pantóm) que junto com outros muitos
formou parte de conhecidos grupos ( Os cerralheiros é o máis soado)
que proclamarom a festas em multiples aldeias galegas.
A tudos eles, por conservar para nós umha parte essencial de NÓS MESMOS!
Um comentário:
A dívida contraída com os que transmitírom a cultura popular, única expressom cultural polas circunstáncias cultivável durante séculos, é enorme. Nunca poderei agradecer-lhe o suficiente aos que inconscientemente me transmitírom umha língua internacional ainda junguida ao trabalho e ao sufrimento na Galiza; a mim que só falava castelhano e alemám e pouco ou nada sabia das estivadas, das ensilas, dos trabalhos comunais, de marcos, bacelos, ácios, veigas, leiras, chousas, lamas, lémedas, lucecús...
Eles fôrom, som e serám Galiza porque enquanto a língua que falamos fique viva eles seguirám exisindo em cada palavra. Todos eles som os nossos gaiteiros.
Umha aperta irmandinha
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