«Galiza, ilha sem mar ao leste», José Manuel Beiras.
O carmim dos olhos do paxaro
converte-se na sangue de crianças
escornadas por touros insaciáveis,
touros pretos com gravatas
que cheiram a balorento paté de pato.
E cheira a flores nos volantes
de vestidos rosas de Cinsenta
feitos por nenos de carvom
onde o sol e a fame aperta
o coraçom do paxarinho.
Os bois abrem sulcos no liviao
dumha verde ave recém nada
para que logo os semente
a caixa-fábrica de merda alienada,
a TELEVISOM vende Humanidade.
Nuvens de uránio tapam o fedor a home;
a carniça mental nom se vende nos quioscos
vem de série no melhor dos mundos possíveis
onde asnos e raposos som igualmente choscos
abraçados na cadeia de trabalho e consumo.
Viva Galicia beibe! SOS-SOS-SOS
nom hai pailebote para nós porque os filhos,
aos que lhe dérom fame, emigraçom e fumo
esquecêrom na masseira a rosa dos ventos
a estrela Polar e até a mai que os pariu!
E na esquerda cheira a velhice juvenil, asneira e convento...
um passo adiante e outro atrás Galiza
e na teia dos teus sonhos aninham sapos com o punho fechado:
sapo-conchos aferrados ao seu cativo e exíguo ferrado.
Viva GALIZA CEIVE! NÓS-SÓS-SÓS!!!
Um comentário:
Mas como dizia o outro:
aqui no se rinde nadie, Caralho!
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