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quarta-feira, janeiro 30, 2013

Poema velho em disco duro


Vim o atardecer ao espertar
Fendim a claraboia que daba á luz,
Ali estava toda para min
Erguida sobre un manto de concreto:
A voz de Simons and Garfunkel...
E quixem colhe-la para min e para ela,
Tecer nos dias desde un sacre coeur, inperenne.

Baixo o meu peito acender o ocaso
Ata o final dos dias Madrid cheirando a posmoderno
Á risa de neno pobre e a polgas sobre cam,
Ao orbalho fino que cae do céu sobre as estrelas.
Era unha pátria leve, a minha, sem himnos.
As bandeiras eram da cor dos olhos a mirar
Abertos e perdidos, arregalados, a outros mais.

Com o chisqueiro na mão o lume ardia
Sinais de fume, sinais a um mundo nunha tumba,
Sinais perdidos ao carom das coordenadas dunha flor.

Cima de Vila, mércores e catorce do dous mil onde.

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