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quarta-feira, maio 12, 2010

asomando

“Mais sem tender pontes em demasia longas

Umha ponte a chegar xusto dumha beira autra na que

Se recoñeza a cara dum home.”

Uxio Novoneyra






Umha face se asoma no terceiro folio

Para descobrirmos que os números colherom vida.

ASOMOU, ASOMOU, ASOMOU-SE

A CARA DUM HOME.

E os olhos som estrelas e a fronte leva umha enruga

Como a gassosa recém aberta dumha noite negra.

Apareceu-se, sem pedi-lo, sem sabe-lo, e mira-nos

Coma encerrado numha primavera do Greco,

E mira-nos sem quitar-nos os olhos por enriba de nós,

Implorando clemência, agardando o amor.

Umha cara se asomou...

Que nos recorda ainda quem somos...

E nós di ainda

Que puído ser nosso pai, nosso irmão, nosso filho.

Que poideramos ser NÓS. Longe desta silha.

Vejo umha cara e sinto raiva.

Vejo umha cara cheia de noite á outra beira

E nom sei se ainda som home ou som um monstro:

Se som home por esta triste raiva

Se som monstro por este silenço da noite.

Já nom asoma... A cara dum home.

3 comentários:

AFP disse...

Este poema é boíssimo!!! TÊ-lo que ler manhá

Zeltia disse...

(non sei que pasa mañán)
pero sí concordo con o garcía, en que é moi bo o poema,
tamén coma o que che lín no teu blog.

O rumor do vento disse...

E de feito, somos nós, podemos, poderemos ser nós.