“Mais sem tender pontes em demasia longas
Umha ponte a chegar xusto dumha beira autra na que
Se recoñeza a cara dum home.”
Uxio Novoneyra
Umha face se asoma no terceiro folio
Para descobrirmos que os números colherom vida.
ASOMOU, ASOMOU, ASOMOU-SE
A CARA DUM HOME.
E os olhos som estrelas e a fronte leva umha enruga
Como a gassosa recém aberta dumha noite negra.
Apareceu-se, sem pedi-lo, sem sabe-lo, e mira-nos
Coma encerrado numha primavera do Greco,
E mira-nos sem quitar-nos os olhos por enriba de nós,
Implorando clemência, agardando o amor.
Umha cara se asomou...
Que nos recorda ainda quem somos...
E nós di ainda
Que puído ser nosso pai, nosso irmão, nosso filho.
Que poideramos ser NÓS. Longe desta silha.
Vejo umha cara e sinto raiva.
Vejo umha cara cheia de noite á outra beira
E nom sei se ainda som home ou som um monstro:
Se som home por esta triste raiva
Se som monstro por este silenço da noite.
Já nom asoma... A cara dum home.
3 comentários:
Este poema é boíssimo!!! TÊ-lo que ler manhá
(non sei que pasa mañán)
pero sí concordo con o garcía, en que é moi bo o poema,
tamén coma o que che lín no teu blog.
E de feito, somos nós, podemos, poderemos ser nós.
Postar um comentário