Chegam nuves de galerna
Sementadas d’electrons
Alumeando naçons
Que sabem qu’estam em guerra.
Pr’òutros ficam mui longínquos
Raios, lôstregos e fogo,
Montes de gent’em acocho
Fugindo do ferro ambíguo.
Cai o sol na noit’escura,
Rompe nos telhados pátrios
Queima-s’a vida nos átrios
Nas almas qu’o fogo fura.
Chega a Prensa d’Ocidente
Pra dizer-vos quê pensar
Já podereis descansar
Os parvos, conformes sempre.
Quando morr’a carne viva
Chegan à cidad’os cans,
Lambem o sangue dos chans
Foçando na pel ferida.
Nom perguntes polas causas,
Se suspeitas qu’é negócio
Tira proveito, meu sócio,
Par’òutros se fai a farsa.
Marcham pr’òutra part’ os ventos
Regalando-nos a vida...
Ham-de voltar outro dia
E nós olvidados lá.
Um comentário:
"Non preguntes polas causas se sospeitas que é negocio".
Ahí está a química da censura.
Moi bo
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