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domingo, julho 18, 2010

Vuvuzela toca,
toca vuvuzela,
no campo da feira
no palco da orquestra.

Há uma flor deitada no vento,
há um cantar tirado do mar.
A íntima essência ortodoxa
traveste-se de percebe
e os símbolos fálicos
são o guarda-chuvas
da castratio plebis.

A eira é uma vuvuzela
ensarilhada nas nuvens...
a vuvuzela é um touro branco,
as calças pesam de enxotas.
O guindastre da lua
recolhe os cavalos tolos
que vêm da feira

Vuvuzela toca,
toca vuvuzela,
no meio da eira
reuchouchio de flanela.

A flor mais cativa do mundo
ensurdece no gume de facas
e do alambique do sol
destilam-se litros de esperma
que se mexem nas vias lácteas
ao compás das vuvuzelas.
Ainda por enquanto todo bem.

Toca vuvuzela,
vuvuzela toca,
nesta nova geira
de laranjas sem manteiga.

Os homens são vuvuzelas
são números do inventário
dum qualquer banco.
Os homens bailam ao som
das enfeitiçadoras vuvuzelas
sem saberem o que são.
E o caralho é um pau.





2 comentários:

Anônimo disse...

Números no inventário da vida. Esso somos seica. "Nom há pontes sobre as que atopar á outra beira, caras de homens, mulheres..."
Toca vuvuzela toca.

O rumor do vento disse...

;)

Deste poema quero falar co autor. Encántame. Necesito "desmontalo" por dentro; dame a impresión de que hai cousas que se me escapan.