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quarta-feira, dezembro 12, 2012

Eterno verso


 "O fillo da súa nai estaba morto,
groriosamente morto sobre un charco.
Tiña nos ollos vento. Preguntaba
cunha ollada azul de animal manso.
Xorxe, meu vello, meu eterno amigo,
dime no que estás pensando."
Celso Emilio Ferreiro, 
Soldado (Longa noite de Pedra)






Estou olhando o caminho irmão
E vendo como as silvas o cruzarom
Dunha beira a outra para os pés
Fartos da terra e do silêncio esmacelado.
Mas aqui seguimos e com nós vem
Um tempo de luta ainda e de pranto,
E apagara-se ainda outra vez
A bombilha que ti prendes
Cada vez que da tua boca (nunca cega)
Os versos vão e venhem.

Ergue-se do val unha inmensa brétema
E quixera desde esta dura do Cabe ribeira
Ir ver o nome do mundo em Celanova.
Ir ver ali o amor que professam as moças
Aos homes de grandes olhos
Aos nenos de grande corpo:
Fol de ventos muiñados cheio de sonhos...

Estou olhando o tempo
Que mentres imos andando
Nele ainda falam os teus versos
E reça nos altares, sacrifíca
Velhas de olhos grises queimadas pola vida.
Eu che falo desta beira
Com voz de burro canso para aquela
E che digo, vello amigo, no que estou pensando.
Que aínda pensar podemos
Que ainda falan os teus versos.

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