"Os amigos soem considerar-se sinceiros;
os inimigos realmente o som:
por esta razom é um excelente conselho
aproveitar todas as suas censuras
pra conhecernos um pouco melhor a nós mesmos,
é algo similar a quando se emprega
umha amarga mencinha."
Arthur Schopenhauer
As ruas aceneam-lh'angustia
Cara os laterais
por tira-la'estrada
E fazem com as
bágoas dum outro Deus
Umha balsa medussa
para os temores
Que asolagam e lhe
zinguem os olhos.
Quer voltar ser
verde aquela
Seca e sólida folha
sobre o fume
Em estado gassoso
invisível.
As tercas primaveras
a estrombalharom
Qual esterco numa
leira sem semente.
As nuvens cruzam-se os nenos saltam
Dumha´utra sem
saber que será do futuro,
Qué dos amores que
perderam?
Trepidas babosas em
curso do rio...
Gris das beira ruas,
dos autocarros herdados,
Das placas metálicas
tapando os buratos
Não das nuvens nem
das pedras
Estrombalhadas polo
caminho percorrido,
Nem polas ribeiras
trabalhadas abnegávelmente.
Seic’onde vai você
não se pode,
Tiram com arco as
corças aos mortais,
Seus olhos não
podem mirar:
Estatuas de sal
prendem da raiz
Á ninhada da
cegonha e do pardal.
Badaladas de manhá,
de tarde, seram,
Anúncios que quitam
umha vida
Que em nada a
ninguém valeu
Valer valem palavras
sem sentido
A quinta, a sexta
hora da manhá.
Estoupam as luzes
entregadas
Ao coração
intrínseco do soldado
Ao fitar o cruceiro
do sul
As costas do
Montevideo
As pernas do desejo,
os beiços da paixão.
Herdeiros dumha cruz
pétrea
Portadores dumha
faciana astelada
Trileiros de
Portobello em Pantom.
Alumeadores do
candil nas cortes
De Madrid.
Paraugas pechado
polas ruas de Paris
Metro desartelhado
caminho cara a cama
Onde falávamos
galego na Boulogne
E rengiam as
minhas cadeiras.
Oh Cima de Vila de
ti não deixei nada
Levei-no todo sem
saber que tarde
2 comentários:
Parabéns pelos versos!
Quantos lugares encadeados a un só sentimento...
Mais a fortuna de ter un lugar raíz axuda a seguir o caminho: Oh Cima de Vila!
Na minha teima de dar-lhe a volta pra nom afundir digo(-te/-me):
"Podem beber nas mesmas augas
trepidas babosas en curso dum río
e belidos nenúfares que traian da cor o poderío.
Badaladas que soem anunciando um novo 25 de Abril.
E ao melhor, de súpeto,
a primavera peta na porta,
as luzes entregadas alumeam.
Os coraçoms de cores accidentalmente reloucam.
E dos cravos da cruz chegar á flor do craveiro.
As verbas han de colher o seu senso.
Com a palha nova faise palheiro!"
Caminharemos esses caminho
e sobre el alumearán também
as pegadas nossas.
Obrigado pelos teus desmembros! :D
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