Posso esquecer primaveras,
ver flores que naçam de novo,
caminhar baixo o corisco levando nos beiços
"chove pra que eu sonhe",
tocar peças que arrolem pra facer durmir,
perder o primeiro sono e espertar na manhá seguinte igualmente leda,
escribir e esboçar sorrisos com as respostas. Posso.
Posso, ser sinceira e espetar o meu coraçom num pao punçante.
Cravar umha e outra vez a verdade e que corram ríos de sangue.
Sentir-me parva por enganada quando me cría a lista.
Sentir-me, por ilusionada quando só havía baleiro, parva posso.
Posso, por insistir en turrar contra um ferro ardendo, por poder.
Por torturada e ociosa sem horiçontes, posso sentir-me mentras desvivo.
Parva.
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