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segunda-feira, junho 11, 2012

MALPICA


Teclas brancas e negras
que noutro tempo eram só
semitonos clásicos em
ton menor. Decadência.

A magia da transformaçom
da materia cambia o
estado da intérprete,
que relouca acompasada
coma tolo libre de cadeias.

Podo beber o mar dende
a janela, o seu susurrar
ouvir dende a cama.
Ondas rompentes na beira.

Embaixo,
acordeom que vém e vai
á minha mam dreita.
Ondas do fole.

Ao fondo as Sisargas,
co faro erguido que baila
dando voltas infinitas,
roncón da gaita
quasi vertical, luceiro
que alumea noite e día
co seu som sem igual.

Malpica, onde nom
há oco tras a mariscada.
O burato é festa,
a soidade temida, foliada.


Malpica, 10/06/2012.

3 comentários:

J Cima D Vila disse...

Facía tempo que non se lía nada tan xenial no Desmembro. Parabéns.

AFP disse...

Muito bom texto sim, parabéns e a seguir mimando assim as palavras.

Evinha disse...

Nom há como perder a esprança do verso sonhado pra que volte de novo...