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quinta-feira, setembro 27, 2012

FUME




Tanto luitar por botar fóra
os fumes que me consomem.
Tanto luitar por deixar limpo
o ar que me refrigera pra salvar-me.
Tanto luitar.

E agora caio na conta
do fume sanador, esse mesmo
que sem cambota ou cheminea
secava lá enriba no caínço
chouriços e castanhas
cos que passar o inverno despois.

Pra que velar-se de fumes intoxicadores,
escapando deles,
se também nós seremos,
algúm día, levados sem rumbo, ar
que nos vença e que nos faga esvaecer?
Esse que ha de fazer de nós
o leve cheiro do que fomos,
mais do que já agora nom somos,
senóm fume.

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