Nom é tempo de chorar
É tempo de enfurecer-se
E reveta-lo todo.
De erguer os ruxidos
E ver-lhe as tripas á terra
Segada com sal polos impérios
Do improperio lha injustiça
Do silenço lhas bágoas
Da desesperança lha morte.
Nom é tempo de chorar, pai,
Estou preparado há tempo
Para abrazar-te e sentir a calidez
Do aroma das prantas
Os beiços dos vermes
O latido das raízes.
É antes vou berrar
É primeiro vou enfurecer-me
Vou loitar, amar, sentir, bicar
Coma se o manhá já nom houber
Porque o manhá esta-nos vedado
Os que a noite vivimos
Ainda que a luz se nos prometerá
Para nós.
É tempo de erguer-nos
E de queimar o asfalto lha estrada
Que conduce a intemperie
Denantes de que a morte nos abraze
Cos nossos cadavres tomaram bastilhas
E faram a revoluçom
Do silenço que ouvea hoje
Muito máis forte e fondo
Que as máquinas do capital.
Que os números silênciosos numha cela
De Excel que encrava as vidas
Numha cela real.
É tempo de ferver e ruxir,
É tempo de bicarnos diante dos seus fusis
De prantar caraveis nas súas auto-estradas
De tecer mantos de flores sobre as moquetas.
Tiro pedras, botelhas, corro
Sobre os seus egos macelentos
Sobre a súa patria mal parida
Sobre a bota que atropelha
E sobre o cheiro que deixa
A sua gasolina queimada.
Porque é a hora das horas
Aquelas que nos roubarom
Polas que aínda estamos morrendo
Mil veces sentenciados sobre a súa espada
Que eles mesmos sostenhem
Para rematar-nos baixo o xugo.
É tempo de erguerse, boi canso,
É arrebolar a bandeira da túa liberdade
Ao vento para que nosso seja o vento
E nossas as sinérgias.
Pai, chega o tempo no que preparado estou
Para abrazar-te já quando falta faga,
Denantes de morrer
E que a morte seja como
Bicala neve a arder.
É hora de afalar á furia nosa, a ira enteira.
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