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quinta-feira, julho 05, 2012

À mocidade galega

A toda a mocidade rebelde e combativa da Galiza, especialmente às irmãs e irmãos da Mocidade Irmandinha.

Baixaram-lhe o ordenado aos funcionários e calamos porque eram uns privilegiados.

Congelaram as aposentadorias aos reformados e calamos porque não era connosco.

Apagaram a sanidade universal e fizeram que os doentes pagaram as menzinhas e não abrimos a boca porque somos jovens e  estamos sãos.

Subiram o IVA e não protestamos, porque estando desempregados não sabíamos o que custava ganhar o pão com o suor da frente.

Converteram a educação numa mercadoria e tampouco nos queixamos, porque o importante é "ter saída".

Vimos aos mineiros defenderem a sua vida e as suas famílias e chamamos-lhe terroristas, porque somos contra a violência.

Ficamos mais da metade sem emprego e quase todos sem futuro e não saímos à rua, porque com demonstrações não se consegue nada.

Olhamos como os ERE's jogavam ao desemprego os nossos pais, como as preferentes arruinavam a nossa família, como se reduziam as prestações por desemprego, como o pai dum amigo se forcava pelas dívidas e como um amigo era desafiuzado. Porém dissemos, não imos fazer nada que "todos são iguais".

Falavam nossos vizinhos de que havia que fazer algo, mas a mocidade estava vendo o futebol enquanto outros se asseguravam que nós e os nossos filhos sejamos os seus escravos por dívidas.

Preocupamo-nos apenas um bocadinho quando vimos que os jovens que se "significavam" pagavam com desemprego, ostracismo ou cárcere a sua ousadia. Apreendemos bem a lição: a política não é com nós. Para que organizar-se? Por que e para que lutar?

Somos "indignados" da boca para fora e quando finalmente não tenhamos nem futuro, nem presente, nem pão para levar à boca... então quem é que vai ficar para solidarizar-se com uns PRIVILEGIADOS aos que centos de anos de lutas operárias, décadas de trabalho em Köln, em Bilbo, em Caracas... nos deram tudo feito e todos os direitos de graça?


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