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terça-feira, julho 10, 2012

“MEIGAS FÓRA” OU ENRESTRANDO ALHOS


 











Tempo tolo de anubrados
em julho e soles em janeiro.

Inda com corpo de fêmia
já bem formada no tempo
choram as rulas indefensas,
e as súas mais arriman-lhe
o bico querendo consolar
as penas do voo que levam,
murchas, sem saber a onde.

No corredor, embaixo das ramas,
após o voo, enrestro alhos
ca mamaia depreendendo
das súas trençadas ao
tempo que me canta janeiros
que acendam o mes sete.

“Colhe umha alha pro peto
e meigas fóra”-.
Ao final inda há de ser
verdade aquelo de que levo
a inocência intacta. Nem umha
mísera pena sem desplumar.


N.B.: Pena:
(1) Cada um dos órgaos cutâneos que revestem o corpo das aves; pluma: as penas do ouriolo som amarelas.
(2) Sofrimento, padecimento, afliçom, mágoa, tristeza, desgosto: as penas do coraçom.



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