Eu quixera ser melrinho
e telo pico encarnado
Pícaro já rebuldeiro
que no alto do banço
quer tapar cum dedo o sol
no mencer dourado,
força explícita a da luz
que alumea de día
e também de noite
coa calor que abafa
nos solpores de verám.
Tra-lo burato, o castelo
e o monte aí ao fondo,
paisagem ou alouminho
inconcluso do pasado.
De re
varia: recordos.
Viagens astrais nas
que saimos dos nossos
corpos e deixamos fugir
soia, livre, a ialma pra
calmar a sede do eiquí
e agora que nos mata.
E com o pico encarnado
despois de voar voltarám
ao seu ninho os páxaros,
alimentando suas crias
ao tempo que ensinam
amando seu belido canto.
E aló no alto das ramalhas
o sol seguirá generoso
partilhando con nós
esse mencer dourado
que amemos ou odiemos
nos dá folgos de vida:
esprança das arelas.
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