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quarta-feira, fevereiro 18, 2009

Aqui

10/2/09

«O grande subministrador de educação do nosso tempo, incluindo a “cívica” e a “moral”, é o hipermercado. Somos educados para clientes. E é essa a educação básica que estamos a transmitir aos nossos filhos», José Saramago.

«¡Izquierda! Tú no eres de izquierdas. ¡Derecha! Tampoco de derechas. ¡De centro! Tú eres de centro, de centro comercial; ¡anormal!», Lehendakaris Muertos.

Aqui, as crianças tapam os olhos para agochar-se,

os adultos viram a faciana para nom ver e

nas ruas velhas da vila joga a vida coa mentira.

Aqui, os faróis tecem pó preto ao passar dos sapatos

e a luz levita sob suportais de maciça pedra

mexendo-se sobre obscuras e abstractas cabeças.

Aqui o negro inunda contentores,

aqui o lixo amoreia-se no peito dos homes.

Aqui cheira a baleiro. Aqui fede a carniça.

Aqui os corvos chiam no campanário da igreja primitiva

um gastado requiem à ignomínia dos homes

e da casa da ignoráncia sai um tufo a livro morto.

Aqui, os cérebros correm coas ratazas polos submidoiros

e as augas fecais molham-me o meu rosto,

tingido de múltiplos excrementos, alheios e próprios.

Aqui, as ideias e os pensamentos fam cola no supermercado

e as vontades tirárom-se ao monte, escapadas,

do dever que pede o tempo podre do após-modernismo.

Aqui, o azul céu do mundo próspero agocha

o preto céu do inframundo e um fedor a podrémia

percorre os nossos rios de xurro.

Aqui, no primeiro mundo só hai umha raça,

a indolente e sonámbula raça humana.

sexta-feira, fevereiro 13, 2009

O povo contra o império

Avante com os berros

que som de desesperaçom

e nom de odio.


Avante com as carreiras

que som de defensa dum povo

e nom de doma.


Adiante com o coraçom

que late vivo

e nom é zombi dum pasado podre.


É hora de resolver a história,

É hora de facer penitencia uns e outros,

É hora de saca-lo rosário,

de começar a emprega-lo em oracións

cautivas do egoísmo libertario.


Vai sendo hora de que começemos o calvario.

De começar a ponher verdadeiramente

as peças sobre o taboleiro e encarar, sen reparos,

o touro contra a vaca, o egoísmo contra o genio.

O povo contra o império.