Pesquisar este blog

domingo, junho 30, 2013

DESPETRIFICAR-SE EM S. PEDRO

Ás Santas Mulheres do Home Santo,
moitas e lindas

De querer morrer
seria só por querer
substituír a Sam Pedro
abrindo as portas do ceu.
Ou pelo aquel de ficar
enriba das nubens.

Namentres na terra...
O erotismo
vai da comisurados beiços
á punta dos dedos...fío musical.

Fío e enfío arriba e abaixo,
agulha que avança na costura
como querendo fazer ondas...
...e, já de paso, mares.
Ondas do mar embigo*,
se vistes meu amigo?
E ai Deus, se verrá cedo!

E namentres vai e vem,
em S. Pedro,
mulheres que se despetrificam
e gostam de rebautiçar-se
quando os acontecimentos
se voltam verbas póstumas.
Hoje quero ser a-Petr(e)a.


*O embigo além de egocentrismo, tambén puder ser concibido como "ónfalos", esse símbolo do centro cósmico, germolo do crepitar humano mais puro...sem igrejas nem rosários...

domingo, junho 23, 2013

POEMA TELÚRICO, SOMOS FILHOS DE NOVONEYRA

Aos iluminados: muitos, bos e generosos*


Confiemos en purificarmo-nos
na noite de Sam Joam
saltando a lumieira dos sonhos
e inda que desmaiados no salto
havemos chegar á outra beira
onde sempre ham esperar
uns olhos que miram,
umhas mans que se tendem.

E pecharemos os paraugas baixo a chuva
querendo que a iauga
esbare pel adiante,
-até a punta das dedas,
de cabo a rabo-
pra facérmonos sentir que inda somos
malia os trens descarrilados
e os metros desarticulados.
Porque as torres parisinas
tambén se erguem nas ribeiras
onde os regatos vam caminho de fazer-se rios,
nos caminhos onde os codesos
se fam alfombra floral,
nas noites nas que o lume se fai novo
e os homens um bocado máis velhos.


*E hoje deu-me pelo masculino genérico

N.B.: http://centros.edu.aytolacoruna.es/sfxabier/xoan.htm

quarta-feira, junho 19, 2013

VASTAE SOLITUDINES IN COETU

Soidade subira peldanhos
por riba daquela linha.
A coletividade era supraindividual.
Houbera um tempo
no que andava a ras de cham,
com a mirada baixa
e as costas encolhidas,
mas ver que o ceo de noite
tamén tinha luz com as estrelas
espertara-lhe a curiosidade de mirar cara arriba.

Soidade caminhava assim
por riba das nubens,
agora um bocado mais ergueita.
Os algodons fazíam de colchom mol
com o que alouminhar os rascunhos individuais
da colectividade musical, dancística e deportiva.
Soidade olhava o horiçonte a vista de pájaro,
vastos desertos,
e inda dende as alturas e acompanhada...
...nom deixava de chamar-se soidade.


COETUS:
https://www.youtube.com/watch?v=uQdAf1zcBeo






segunda-feira, junho 17, 2013

NEM BILINGÜISMO SEQUER


E as ovelhas vidas de Irlanda
nom falam gaélico
que ficarom mudas
mais figeron-se celtas
e os mocinhos e os já nom tanto
nados aquí na terra
inda com as mans enzoufadas nela
teimam por engordar o imperio
e fazer mais pequeno o sonho
dos que um dia mirarmos ao ceo
e vimos um deus pendurado dumha estrela:
LINGUA.



sábado, junho 15, 2013

Poema con banda sonora

Quizais Babel somos
dun xeito invertido
tirando ao noso inferno
xunto ao mar e o río.

Pacendo infames ventos
que deitan os nosos sonhos
que aloumiñam o noso peito.

E sen sabelo quizais
tecemos unha e outra vez
coitelos suicidas na pedra de afiar,
no padal dos bicos soñados
onde nos agarda o anceio
de unha cegura mellor...
máis branca, máis letal...

Onde nos agarda un corazón
que aínda desexa latir
e un suspiro que respirar
e unha palabra que non falar,
unha trompeta que oír,
uns ollos que ollar,
unha copa que beber.

Quizáis Babel nós sexamos
Quizáis Babel sexa quen nos soñe
Quizais Babel aínda nos espera
a ti e a min, sen saber,
compañeiro poeta e redentor
dos amores perdidos e por perder
sen sabermos... Queda tanto aínda
ainda tanto queda por falar.
Tanto por bicarnos e é...
que eles non comprenden...
Nin ninguén pode comprendernos.


sexta-feira, junho 14, 2013

ILUMINADA ME SINTO

Ás estrelas que me alumeam na noite

A bóveda celeste,
grande abondo pra acolher-nos
a todas baixo o seu arco.
Fazer que os momentos tenham nome própio
-Pegaso, Casiopea, Andrómeda-
e que as estrelas sejam infinitas,
que o azul seja ceo despejado
e noite estrelada que se sobrepóm á negrura.

Catasteriçaçom
das que caminham cos pés no cham a diario
quasi que descalças
pra poder incluso sentir melhor
a terra da que estamos feitas.
Essas sim que som estrelas!


terça-feira, junho 11, 2013

DE PASEIO POR VILAR

Colhes pra mao
as flores da chorima
e sinte-las inda húmidas
-sol tímido que vém secando atrás a choiva-
e botando-as ao ar
pensas em ir semeando o caminho de cores.
Purificalo
como outrora fazías quando lavavas a cara
com rosas na manhá de Sam Joám.

domingo, junho 02, 2013

OH CIDADE

Dentro de ti oh cidade
o povo e quem mais ordena
terra da fraternidade...


Umha volta pelo meio
outra pelo arredore
e descubrím umha nova cidade
sem saír da que xa conhecía.

Podo paseiar tendo de fondo
as casas xuntinhas e coloridas
da porta do Porto belido
soio com fechar os olhos.

Com eles bem abertos
e se subo á muralha
tamén as descubro
no Lugo dos meus quereres.

Soio o repenicar da campá
me lembra onde estou.
E, igualmente, a onde quero ir.

(DES)SACRALIZAR


Dá-me uma pinguinha d'agua.
Para mollar a garganta.
Quero cantar como a rola.
Como a rola ninguém canta.


Cando serán as igrexas do pobo,
volta ás raíces coas que foran construídas
conformando a casa petrucial,
pedra da fraternidade,
sen relixión que o predique
nen evanxeos que nos salven?

Para abrigarnos do frío
temos pano ou monteira por bandeira,
para apagar a escuridade da tristeza
foles cheos e coros de rolas.

Esa será a salvación do noso corpo
mentres nos toque aturuxar na terra.


02/06/2013 no concerto de primavera do coro de Cántigas e Frores na Igrexa de S. Pedro en Lugo.