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quinta-feira, julho 30, 2009

Pequeno tormento matinal

Sou eu e quero o sorriso desenhado da
sua boca com hálito de flor.
Seu lábio humedecido com sabor e cor.
Seu perfume raro que lança pobres
Como eu ao espaço.
Sua pele de ousadia, eu quero.
Mesmo que seu beijo sincero
e seus olhos despercebidos
me tragam tormento.

domingo, julho 26, 2009

25 de Julho

-"Galiza somos nós
a xente máis a fala
se buscas a Galiza
en ti tes que atopala"
-Manuel María-
"Se aínda somos galegos e por obra e gracia do idioma"
-A. Castelao-
A minha pátria é a lingua.
Mas quem é a lingua entom?
A lingua é a terra arada,
a lingua é o cheiro a gasolina queimada
dos tractores sitiando á cidade,
a lingua som os marinheiros lonje do faro que alumea á humanidade,
a lingua som os obreiros caminhando ó trabalho
com o sono nas palpebras,
a lingua somos os estudantes estudando
a forma de nom fazear nada,
a lingua som as pensionistas e jubiladas.
A língua som os sonhos das persoas
que fujirom e voltarom, que quedarom
para manter acesso o facho da esperanza
dumha vida máis próspera e grande
aínda que a fim cativa toda ela.
A minha pátria é a lingua,
a minha pátria existe hoje
lonje dos que nom a vem ou dos que
com passo firme a pissam.
A minha pátria vale máis que mil impérios
porque ela sécular aninha
sementes de vencer e albas de glória!
Eu decláro-me patriota orgulhoso
desta pátria proletaria que cre na liberdade dos sonhos.
Desta pátria que ama há mil anos
quando o mundo era infernos quijotescos!
Porque a minha pátria vale máis do que mil impérios!

quarta-feira, julho 22, 2009

Manual contra a sobrevida (ou postulados inconsistentes para a prática do desapego em níveis sociais, morais e filosóficos)

1º parte

1.
A intensidade das relações, sejam elas com coisas ou pessoas, devem ser sentidas e não pensadas. O pensamento nem sempre é favorável aos prazeres mundanos essenciais para vida.

2.
O tempo e a linguagem devem ser confrontados. O tempo é domesticado pelo relógio, e as expressões são padronizadas pela linguagem. Devemos encarar a ruptura com o tempo e a linguagem como nível importante para o postulado numero 3.

3.
A arte deve ser superada com a supressão dos modelos do que não é arte. O cotidiano deve ser excitante e ousado suficientemente para que qualquer expressão tenha ouvintes.

segunda-feira, julho 20, 2009

Apolo, o home e a LUA

Os primeiros homes em chegar à Lua
nom fôrom homes, mas si mulheres,
porque fôrom os poetas, as poetisas,
e nom os homes de cinça e alumínio,
os que lá pugérom seus pés
com penas de algodom por vez primeira.

O Apolo nom viu mais Lua que a que pissárom
seus insensíveis pés metálicos
após milheiros visitas feitas em sonhos
polas mulheres e os homes das pirámides.
Aqueles que a visitárom sem deixar
outra bandeira que nom fosse
a bandeira de toda a Humanidade:

A Lua é liberdade...
A Lua de Lorca segue alumando aos gitanos
por cima da oliveira onde o seu génio descansa.

A mulher foi a brava semente da poesia,
a Lua a mulher feita metáfora,
um estanque em que se reflecte ainda
fôrom os femininos cantares de amigo.
E a Terra? E a Humanidade?
Ai a Terra e a Humanidade,
quem puidera convosco voar!
Doce mágoa das minhas entranhas!

domingo, julho 19, 2009

# rascunho

As alegorias do meu destino
já se transformaram em história.
Floresceram tulipas e magnólias
na paisagem dostoievskiana da
minha vida fazendo amadurecer
um sentimento hesseniano
de que só se esta intranquilo
quando se tem esperanças
de um outro amanhã.

quarta-feira, julho 15, 2009

Egolatrías

Cabalguei espida en ti
Burlei convencionalismos alleos vestida en desexo
Ás veces impórtame o que sentes,
na maioría dos casos só importo eu e o meu clítoris.
Vírgulas entre os xemidos
exportadas sempre ao íntimo cromatismo.

Os seos desartella a lúa:
Ti en Min
Eu soa no orgasmo.

A miña feminidade entre as pernas: MENTIRA.
Na vulva un segredo de mestas verbas húmidas.
Ti: o amor (sempre en minúscula).

Biquei o mar cos meus peitos firmes polo frío,
frío da soidade que me provocas.
Nós: unha illa que se desintegra.

Badaladas a morto na confianza que depositei na vida,
mentiras cubertas de desexo... quero máis, quéroo todo.

Un prostíbulo de sentimentos entre as túas sacudidas,
unha doce compañía entre os nosos futuros niños.
Serenidade.
Soñaba cunha terra de praceres mercados e regalados
no que eu sempre era pracer e no que ti sempre eras eu.

terça-feira, julho 07, 2009

Delenda est Estado

"O Estado é um mecanismo
historicamente temporal,

umha forma transitoria
de sociedade"

Mijail Bakunin.

"O que quer ser tirano e nom mata a Bruto
e o que quere establecer um estado livre
e nom mata os filhos de Bruto,
só por breve tempo conservará a súa obra"
Nicolas Maquiavelo.

Eu som um uigur, venho dalí
e peto no bazar da volta da rúa
para reclamar literatura e ciência
para os meus filhos e os teus.
Peto forte na mesa e canto
corenta vezes ás corenta que me roubarom
os meus sonhos na fogueira dos curutos
os ladróns da barbárie totalitária e assassina!
Eu som uigur! Eu som indio do Amazonas!
Eu som labrego desposuido da Galiza!
Eu som irmao máis alá destas sabanas e destas ilhas.
Eu som indigena, invadido, colonizado...
Eu som reserva de bichos e alimanhas.
Eu som engendro de violência: TERRORISTA!
Eu som Robespierre, eu som a GUILLOTINA.
Som a fame, a dignidade e a luita.
Som as persoas e nom os Deuses!