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quarta-feira, outubro 26, 2011

Freedom vs Liberty

"Por quê é que escreveis em verso? Já ninguém se preocupa disso... Na nossa época de céptica madurez e independência republicana, o verso é uma forma antiquada. Preferimos a prosa, que em virtude da sua liberdade de movimento, adequa-se mais aos instintos da democracia", Eugène Deletan, deputado francês cara 1877.


Escrevo em verso para ser livre
de escravizar os meus pensamentos
e partilhá-los (de graça)
com irmãs e irmãos que se movem
livre e democraticamente
nos currunchos alternativos da rede
e que livremente defendem a democracia
de todas as culturas à sua digna existência.

Escrevo em verso:
é verdade que preocupado
pela liberdade de movimento
do capital duns poucos
sobre o lombo dos muitos.
Versos numa democracia
-censitária e oligárquica-
em que os seus próceres
cuspem e enlamam
cartas magnas;
papéis velhos de que ninguém já se preocupa.

Escrevo em verso
porque na nossa época
de idiócia, cínico
imperialismo dos direitos humanos,
e servidume dos assuntos públicos
à lei privada dos "publicanos"
tem que denunciar-se desde as últimas barricadas
onde sobrevive o gromo da democracia
(real, direta, participativa, proletária e libertária).

O verso como palavra lapidária,
o verso como atalaia,
o verso como sentido,
o verso moderno,
o verso ruturista,
o verso vital,
o verso antigo,
o verso futuro,
o verso social e político...
                                                         A hóstia em verso!

Rogamos

Eu som daqui
Deste burato fondo
onde estam a medra-las herbas
entre anacos de floreiros rotos
no chao dos cemitérios.
Este silêncio me pronuncia
e me acobarda para que cale
e outros calem fitando meu exemplo.
Esto é o que cheguei a ser
um boneco máis ao que Taylor
desde o inferno máis celeste
lhe dá forma.
Miro passa-las viúvas
dos vivos e das mortas
e deséjo-as tal Amandas
mistériossas de faziana cansa
á saída da moderna fábrica,
de excelsas coussas cheias
coloridas e pompossas.
Alí há progresso, paz, justiça.

Rogai irmaos
para que este sacrifizo nosso,
nosso soio,
seja agradável ao insaciábel todopoderosso.

quarta-feira, outubro 12, 2011

Galiza ecoa viva

"E tamén, lentamente,
con voz do noso tempo
falar da dor dos homes que nos miran,
dos latexos de chumbo nos ouvidos,
da mau atada á roda dos motores
decindo adiós ao fumo
que rube dos tellados tristemente."
Celso Emilio Ferreiro, Eu quero ir a lugo,
Longa noite de pedra, 1962



Terra a miña
que volve da historia
a entregarnos en Cima de Vila
o doce aroma  da paz.

Desde as carballeiras de Lugo
ás azuis costas de Ortegal...
Terra a miña.

Que polas súas corredoiras corren
pantasmas de nenos que un día foron
fillos de ninguén.
Nenos loiros cando quero ir e vir
a través do teu corazón ás túas mans.
E vou a Lugo poeta amigo, Xosé Terra.

Terra a miña
de vales e faros
noites de luar
onde discorren
as bágoas llos risos
os éxodos llas colleitas,
onde podo ver esta noite prateada
o doce aroma do hoxe e do maña .

Terra a miña
Onde atoparme cos meus mortos
en confomidá!


-Quería subir con este poema un comentario que un día escribiu aqui moi fermoso o garcia do outeiro sobre o monte faro que é a "voz que ecoa" mais non o dou atopado... Mais estaría ben se o atopades o escribades nos comentarios outra vez :D