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quinta-feira, novembro 25, 2010

Miramos ao céu

Houvo um tempo no que eu
também caminhava com os pés nus.
Levava chaleco e guarda-costas,
era a vista de todos um homem bravo
ninguém ousava mirar-me.

Eu tinha o mundo nas minhas mãos
ninguém me tossia.
Houvo um tempo no que não era
um escravo.

Esse tempo marchou
foi-se o verão
veu o outono...
Caendo forom
meus sonhos
como vai cabalgando a alopécia
e já não cada vez
que sonhava durmía.

Agora miro, coma todos, ao céu.

sábado, novembro 20, 2010

Ti

Suspiro e miro ao teito

Pénsote

Imaxínote

Recórdote

Algo na túa presencia
é coma droga benigna

Algo no teu silencio
acompáñame

quarta-feira, novembro 17, 2010

Verba volant

Ven, que a noite é longa para min 
e fanme falta novas follas de papel que escribir.

Preciso acendas o meu corazón aquí
para que o eco fique do seu latir.

Volve, que me falta alento
e as polas do laureiro non deixan ver

Volve, que ven frío e rabioso o vento
e preciso abrigo co que poder ser.
 
Existir por algunha razón
ou motivo que non sexa o extravío.

Porqué hai despois de todo amor?
e se todo termina mal por qué é esquio(3)?

Scripta manet, Escribir,
por qué queremos per(2)vivir?

domingo, novembro 07, 2010

Mini-saia pastoral

"Pinta sobre o marco da túa conciência
com sangue do carneiro que te emprenha", Jorge Pérez Árias



Deixade que os meninhos se acheguem a mim
para verem o lagarto pintado
que move o báculo
na saia de Carolina.

Ao passo de Atila esvaziam-se as ruas,
ensurdece-se sob a tiara a liberdade
que se domestica com porras
até que as conciências ficam nuas.

4 milhons voárom até a Berenguela
e do Botafumeiro sai um insuportável fedor
a medo, a grulheira, a mini-saia pastoral.
Todos os objectivos cumprírom-se.

Eu nom te esperei.
Nós nom te esperamos.
Autonomismo extrovertido e laicismo agresivo.
E o caralho, perdom báculo, é um pau.

Carolina se o pintou, fixo bem.
Na cona da velha nom manda ninguém.
Porque umha cousa é a liberade
e outra a libertinagem,

e este nosso Reino deles
é lugar em que os cegos
fam de Lazarilhos dos eivados.
Eu nom te espero.

Nós nom te esperamos.
Sabes bem, santo dos croques,
que o nosso reino nom é deste mundo
porque para nós o século XIX ainda nom rematou.

Nós esperamos contra toda esperança,
sem Quixote nem Sancho Panza,
república e socialismo para o século XXI.
Porque deus também é ateu.

Consumatum est.
Ergue o teu rodo,
porque rapazes
nen sequer o vento é noso.