Pesquisar este blog

quinta-feira, setembro 27, 2012

FUME




Tanto luitar por botar fóra
os fumes que me consomem.
Tanto luitar por deixar limpo
o ar que me refrigera pra salvar-me.
Tanto luitar.

E agora caio na conta
do fume sanador, esse mesmo
que sem cambota ou cheminea
secava lá enriba no caínço
chouriços e castanhas
cos que passar o inverno despois.

Pra que velar-se de fumes intoxicadores,
escapando deles,
se também nós seremos,
algúm día, levados sem rumbo, ar
que nos vença e que nos faga esvaecer?
Esse que ha de fazer de nós
o leve cheiro do que fomos,
mais do que já agora nom somos,
senóm fume.

DESMESURA


Nom serei nunca mesura
na pel que habito,
de maratons e indigestions.
Pode entender-se deste jeito
a dor extrema que me sacode
cando o contakilómetros
passa de zero a cem
á velocidade da luz
envolta em estrela fugaz.

Como atopar-lhe explicaçom
a semelhante desmesura
coa lentitude á que despois
trabalha o pensamento
dando ordes ás articulaçons
e á vida que passa, voando,
case que sem eu ve-la e
sem tempo a pensar no que foi
pra ver o que vai ser?
Como atopar-lha? Como?

R/ VILALBA



Ao pé da muralha
nessa curvinha a pé
ou a quatro rodas
segundo a opciom elixida
pergunto-me
se algúm día chegará
a terra chá á ialma
que agora nom vejo máis
cá em montanhas
-que sobem e baixam-
ou em indicadores
-R/ Vilalba-.
Dos que busco
coma hoje, um respiro,
neste Sam Froilám que
vém silandeiro asomando
pra aledar o outono amarelo
de folhas secas e churros,
despedindo o vrao que nom foi.
Que de ser, foi voadora folha
fugindo da súa árbore.

R/ ALCALDE A. LÓPEZ PÉREZ


Dous edifícios.
Um emfronte doutro.
Sendos pretendidos paradisos dentro:
o terrenal do bilhete corrupto num;
o do reino de Deus noutro.

As almas caminham fachendosas
com orgulho e prepotência
do nécio que mira por riba.
Cidadáns nós, debaixo,
aos que nos cae o serrím nos olhos.

Num lado a austeridade do corpo
baixo sotanas á luz de candeas
em corredores longos coma
a letanía que fam repetir
pra adormentar conciências.

No outro, o derroche a tuda luz
baixo funcionários incompetentes
-os máis deles-
que perdem os principios que nom tinham
em aras de trepar por onde faga falha.
Falta de conciência agora nestes.

O cidadám que atravessa a rúa
mira a um lado i outro,
escupe raiba irada
sem saber onde recriminar máis.
Pois igoal delito é roubar
almas cá cartos.

N.B.: Chegará o día no que o cidadám iguale o peso da balança extendendo seus braços na encarnaçom da xustiça. Daquela fara-se facto o nosso paradiso sonhado.

quarta-feira, setembro 26, 2012

MEXAM POR NÓS...




Sem saber onde o límite
está, de gente sem escrúpulos.
Com conhecimento de que há
irmáns que de luitar nom deixam.
Vendo que o mundo se desfai
sob as nossa mans
coma belorita á que só lhe fica
um pétalo antes de desintegrar-se
integramente.
Chove.
E nom vejo com qué mans ergueremos
a reconstruçom que nos ha de salvar.

S. FROILÁM I OUTROS RECORDOS



Chegam com tuda a alegría do mundo,
dum día pra outro.
Esparegem súa verba coma versos
e a súa presência fai-se notar
creando um baleiro que até
entóm era intangível.

Traem a festa inda com folhas,
perdidas repentinamente, mecidas
pelo ar que sopra no momento.
Furacám estilo veni, vidi, vici.
Passam voando os ditos días,
recolhem seus montantes
e marcham fugidios dos
que apamparom mirando pra eles.

Feirantes armando feira,
som só...feirantes.

terça-feira, setembro 25, 2012

PASEIO DE PRETÉRITO IMPERFECTO AO REDOR DA MURALHA





Caminhaba ao compás da choiva.
Portava paraugas, sem molhar-se,
mais era minucia estar seca ou nom.
Ia leda, luz emanava do chao de pedra
reflexada na também pedra lateral,
puzzle encaixado a pano moreas de séculos atrás,
forma ovalada a do conjunto.

As árbores que decoravam os adoquins
semelhavam fresco recém pintado,
zume de kiwi pra ingerir de ser bebida vitaminada.
Os faros dos carros que pasavam a carom,
jogos de luzes que reflexavam
caminhar ligeiro: as bágoas caiam do ceu
escorregando pelo paraugas.
Nom era a ela a quem lhe pesavam enriba.

domingo, setembro 23, 2012

CHOIVA INAUGURAL. É OUTONO




Inda ontem facía sol
e o crepúsculo semelhaba
umha explosom de cores
preparada com tudo o mimo
pra um espectáculo.
Vaidade de empenhar-se
em emborrona-lo,
auga escorregante
que dilúe cores e colorido!

Hoje asoma a choiva
que tanto atrás me molhou
e que tantos prados deixou secos
na súa ausência solheira.
Cae agora inaugurando
o corisco outonal,
festa das folhas secas
a voar, mecidas no ar
cal canto de berce que
fam adormecer cativo inquedo.

É fermoso ver chover
cando é bonito.
Chove pra que eu sonhe.
E bonito é calquera cousa
cando nom há outra que a faga feia.
E a iauga, meus amigos, é vida,
primavera do outono seco.

AMIZADE, ENTRE AMORES, É FALAR DE NOVOS AMORES

Hai polo mundo xente boa e xenerosa!
Hai outra (ben difícil de topar) que non ten adxectivo posíbel que describa súa bondade!
É por estes últimos polos que a vida sempre che arrinca un sorriso.


Egoista son algo
cando miro atrás
e sinto as verbas
escupidas que saían
cheas de amor e rabia
no petroglifo en espiral
que era a túa voz eterna
sen coma nen punto a uns e outros.

Galiza e máis Galiza
dende o Eo-Navia
até os teus Lhioneses
debaixo de cada pedra
e en cada caminho.

Agora trago o que escupín
pra exercer o meu dereito
de retracto nos teus ollos
e respetar cada ápice de saliva
que saía dos teus beizos.
Velaí a maxia da amizade.

Galiza e máis Galiza...

E só quero así que
a túa aperta sexa
eterna,
que o teu amor chegue alá
a onde queira que tenha que viaxar.
Comigo fica unha gran
leira onde un día naceu unha flor
que agora inda separada
do seu fertilizante
seguirá a relocir,
sobrepasando invernos e choivas.
Velaí a maxia da amizade.



quinta-feira, setembro 20, 2012

JUNTARON-SE SOL E LÚA PRA SALVAR-TERRA


(Há pela casa bolboretas que se alimentam de zucre, umha outra bolboreta dixo)

Image and video hosting by TinyPic

Na erva, sombra de árbore por tornasol,
deixo que as moscas paseiem  pel,
pernas e aureolas pra secar a
tristeça a meio evaporar
na auga quente das poças.

O baleiro quedou por un instante
na nube peixe land non impresa,
que parecía nadar alá enriba no ceo.
O invernio deste vrao trouxo
um raio de sol na tolura da metereologia.

A siesta da tranquilidade precisa
do meu eu máis o meu ego
pra vivir-me sosinha. E soamente
com as dúas minhas mans erguerei
a primavera do meu almanaque.

Juntáronse o sol maila lúa
na tecla do acordeom,
o claro luar com a manhá solheria
sem enganoso intermédio publicitário,
só coa banda sonora
do corpo que estarrica ósos entumecidos.


NOITE CLARA


Há hojes nos que a noite
é clara tirando a transparente,
nos que a lúa
em crecente tem umha cor
meio avermelhada
sobor o borde amarelo brilhante
que a fai ser canom do colorado
aberto a espranças de tranquilidade,
nos que a luz tenue
que ilumina a pedra eterna
da também eterna muralha
fam que cruce um passo de peons
cara a iluminaçom
da calma que parece estar aí
perto, dende o cham
á altura que deam minhas mans
em conversa filológica
com as chinesas ou com luguesas.
Só cómpre sermos pessoas
e que esta noite dure.

2000 anos e unha cruz

Abraham ergueu a man
co coitelo no alto
e mil voces de Deus berrabam
"MÁTAO"
O demo baixo amordazado falaba:
"Déixao"

Qué moral é esa?
Qué adorades no altar?
Hecatombes para quén?
Masoquismo caníbal
dous mil anos colgado dunha cruz.

Mátao, Remátadeo xa,
O demo ouveaba.

DEIXA, MENTRAS TANTO

Para um dos guerreiros deste nosso país
 que só leva por arma o amor.





Cando as galegas entendam súa terra,
cando as galegas emprendam o bo caminho
de mover-se e ser lhioneses bravos,
cando as galegas abandoem a resignaçom
que tanto che fire a ialma,
cando  as galegas sejam energia produtiva,
cando as galegas saibam que a túa verba
era ciência exata,
cando as galegas recohençam a túa laboura
de choqueira incansábel no meio de brétemas e lobos,

Cando as galegas reconheçam tudo iso,
daquela as galegas amarám súa terra
como ti lhes ensinas a face-lo
a tudas horas i em tudas as adversidades posíbeis
do asfalto. 

Cando as galegas reconheçam tudo iso,
daquela as galegas libertarám súa terra
como ti lhes ensinas a face-lo
a tudas horas i em tudas as adversidades posíbeis
do asfalto.

Mentras tanto, deixa, amor, que o anjo que guia
tua imensa ialma
voe longe
destas misérias que derrubam espranças
individuais e colectivas.

Mentras tanto, deixa, amor, que o anjo que guia
tua imensa ialma
voe longe
do teu paradiso pra que outros constrúam o seu
com o génio da tua infinita raçom.

Mentras tanto, deixa, amor...


* Galegas como genérico feminino, dentro do cal, a pesares de tudo o já de ti aprendido, sego-me eu a incluir.




quarta-feira, setembro 19, 2012

DESACOUGO AETERNUM




Nom sei se é cedo ou tarde
pra falar,
mais a cada minuto
que por mim avança
nom posso deixar de sentir
que nom há de existir remédio
pro desacougo
que me ferve no sangue
e que nom se evapora
por muito que estea
ao lume em ebuliçom
nem torra, pela contra,
a base obsoleta do caço
no fondo do que me vejo.

SEM ENTENDER




Era eu a que me empenhava
em ver noites decote
onde estava a túa luz.

Som eu a que hoje no día claro
deija que a nube derrame
todas as bágoas que leva dentro
sem quedar nunca sem elas
nem satisfazer a terra que rego.

Serei eu a que nom entenda jamais
os movementos de rotaçom e
translaçom da terra,
co eixo imaginário que a atravessa
cravado no meu ser
cal espada que mata na batalha,
só agónica, sem morte que asome.

PANTASMAS




Nom posso loitar
contra as pantasmas que me habitam,
as que deijarom o castelo abandoado
e no que agora tecem os arácnidos
facendo da minha mente clara
um ovilho de lá enrodelado
na aranheira da tolura mais rastreira.

Parece que as janelas abertas
fam entrar ar fresco pelo día
sorteando aranheiras e
erguendo incluso umha basoira
pra bota-las abaixo.
Mais en canto cae a noite
tudo segue intacto: as pantasmas
mais as redes nas que estas ficarom
trancadas, sen poder eu tirar-lhes
a saba que os cobre pra facelas esvaecer-se...



terça-feira, setembro 18, 2012

AMIÇADES MINHOTAS OUTONAIS


( Porque o outono já vém aí petando na porta do ton amarelo sem fielato algúm que pagar)



Aquela mosca nocturna envolta
na espesura do chocolate rumbeiro
na túa companha
(lembras?)
volta embora ao magim
pra recordar-me que outro outono
está já aí,
cos porcos impolutos na corte
-desfacendo a honra do seu nome-
e erguendo a amiçade que che profeso
nesta nova caída de folha
á beira do Minho e das muralhas
pra recolher froitos de tempada,
inda a sabendas de que há algúns
coma a túa aperta, que, perennes,
nom tenhem estaçom de recolhida algumha.




MINHOTA EM ORBAZAI




O rio fala-me
nessa beira da finca
onde botarei a andar um batujo
cando chegue o día.

O cavalo que pace a carom del,
tranquilo,
leva o reflexo da iauga calma
na estrela branca da súa fronte,
sem saber
que também el alça assim
a súa bandeira em contra
das gadoupas frenéticas da tolémia
(da nom sá,
pois também há da boa).

O caminho dende o que albisco o río
leva-me pelas augas
da música clásica:
amaina temporais
e esperta mulheres
que só levam a verdade
na verba,
na margarida em flor
que inda vive nas últimas raiolas de sol
antes de que comece o outono.



domingo, setembro 16, 2012

FROITA DE TEMPADA

Gosto de ti
con esa pel de pelusilla a medio caminho
entre a grima e a suavidade da tenrura.
Tamén pola túa cor,
verde leira espranza ou
vermello mapoula vergonhento
segundo o grao de maduración.

Gosto de ti
arrincándoche a carne a mordiscos
nos que te saboreo con intensidade
cal auga de mar tragada nunha onda.

Gosto de ti
salivando ao mastigar
cando se che comeza a ver
o centro medio pelado
e enrugado perdendo partes de si,
da túa integridade física.

Gosto de ti
e déixote cando ficas nú e
descolgado da árbore
que suxeitaba a túa razón de ser froita.

Ao próximo amante chamareino pexego.

Poesía de Andrea Mallou II

Só umha mirada,
sobram as palabras.

Sem beijos, sem caricias,
nom fam falha.

Catro olhos atópanse
e desnúanse a alma.

Se te vexo sorrío
e se nom, suspiro.

Miro ó horizonnte.
Vexo todo e nom vexo nada.





*A ver se conseguimos que a autora se queira facer unha conta e escriba no desmembro :)

Poesía de Andrea Mallou

Non estés triste meu neno,
a vida sempre volta resurxir.

Coas augas cristalinas dun regato,
coa raxeira da mañá,

co canto dos paxaros,
ou a brisa soprando na cara.

Cun bico acougado
ou apenas unha mirada.

Tralo inverno frío
ven a primavera,inexorabel.

"Cuando una puerta se cierra, en algún lugar, otra se abre."





*Da autoría de Andrea Mallou, será a súa xeración a que nos salve?

quinta-feira, setembro 13, 2012

VIAXE DE BRÉTEMA E LUZ

Por Montesalgueiro abaixo
a brétema era densa, escura,
ata chegar ao faro pé do mar
que seguía alumeando, intacto,
coa luz de sempre.

Non había treboada algunha
que apagase o facho da ilusión.
Que gran luceiro a seguir!

Reflexada na súa cara,
unha lámpada halóxena
de baixo consumo,
fundida as máis das veces,
sem electrotécnico que
atopase onde estaba
o erro do circuito. Escuridade
no día claro.

segunda-feira, setembro 10, 2012

DE PEDRAS E PEDRADAS

Opus incertus som as pedras
dos muros que arrodeiam
minha ialma, gram cachoteria,
sem saber que é o que
exactamente protegem.

Opus incertus de pedras
cravadas umhas noutras,
presentadas no primeiro día
para coheceren-se, ver
se se caem em graça,
para buscar o seu melhor
asentamento, duradeiro,
de acaer bem umha na outra.

Opus incertus eu, que nom
asento em lugar nem em
companha conhecida algumha,
agás essa que labro no
magím dos meus sonhos,
como se canteira for de altura,
da mais delicada escultura.


N.B.: (Isto de ler sobre pedras da pra moito) "A técnica máis extendida na construción dos muros da nosa arquitectura rural é a cachotería. O cachote conserva a forma con que saleu da canteira polo que a súa técnica construtiva é similar á conhecida polos romanos como opus incertus que consiste en trabar unhas pedras a outras, buscando o seu mellor asentamento". Arquitectura popular na Galiza, Pedro de Llano.


domingo, setembro 09, 2012

ENFRONTAR-ME AO TEU EU REAL

Que escribir, se nom tenho
conto que enfiar-che!
Que inventar, se nom
houbo mais verdade
que a que nom foi!

Convencida (a tramos)
de que nom podo
desandar o caminho
que vou facendo
-agás que houbera
umha outra luz
que alumasse,
entom si poderia
voltar atrás, coller-te
da mam e que guiases
o meu sendeiro-
debo seguir por
onde vou, inda sem
ter claro cal será
a luz que me estea
agardando, lá, no final
do túnel, na saída.

E se chegasse essa
túa mam pra tender-me
a palma da túa ajuda?
Deixaria cicais de
sonhar-te terribelmente
pra espertar-me na
amiçade da túa verba,
e recuperar a raçom
da minha conciência,
nesta noite, esvaecida.

Ogalhá chegue o día
dessa viagem na que
te achegues ás muralhas,
e haja um café no que
partilhando presença
no canto de verbas
que voam na virtualidade,
o baleiro descafeinado
seja o brio do meu caminhar,
eu, sosinha e leda,
sem ter que terribelmente
te sonhar.




AOS POUCOS

Sim, home, sim, algo avanço,
formiga que grao a grao
vai juntando o seu palheiro
a sabendas daquelo de
"um grao nom fai graneiro,
mais ajuda ao companheiro".

O pior é que avanço vinte
e retrocedo dezanove,
assim o progresso
é edifício feito ás présas
com grietas ao pouco
de cohabita-lo, lento,
ou ilusório cicais.

Coma hoje, no que a
noite, ademais de se-lo
de nomenclatura,
é negra sem motivo
(aparente, fica muito
que discutir inda).

Reprimenda da que
nom podo evitar a
sua exitência inda
que a dor fosse tam
grande como a dum
cabalo ferrado a lume,
assim, á brava.
Como igualmente
nom posso evitar ter
um baleiro gravado a ferro,
um verso cravado
a lume na mentira
ou na verdade
do momento.

Veas vermelhas
polo lume da dor ardente
dunha fogueira
da que sei que nunca
a ela botarei lume e
da que de estar nos
cavais da minha raçom,
tampouco o desejaria.

CONTRAINDICAÇONS

Seria muitas cousas
se puidesse eligir,
mais a noite que
vejo através desta
cristaleira transparente
que me explica como
estou, mais nom as causas,
ou -de have-las- as soluçons,
nom me deixa opçiom
máis aló do ouveo de cam
que nom anuncia morte alheia,
senom a súa, canso já de
tanto roer ósos e de tanto
arrastrar cadeias que pesam infindo.

Faria muitas cousas
se puidesse eligir,
e seguiria ao ditado as
recomendaçoms de ser
acçom na punta do pé
e nom pluma/pena que chora
sem arribar a porto nengum,
mais sinto ter que
saltar as indicaçons
hoje, nesta noite,
despejada só através
do cristal...

DIGNIDADE PERSA

Seguem morrendo anacos
da leira gélida da minha ialma,
iceberg que se desintegra
tras um choque frontal,
deserto no que nom há
todoterreno que ande.

Inda que seja quem
de ver e olfactar
-comer se fosse vaca-
os pastiçais comunais
que nada tenhem a ver
co monte, senón coas
leiras verde tolémia,
nom há remache
que subsane a pota velha
nem zapateiro que remende
o calçado feito triças.

Quem sabe se túa foi
a culpa,
se ma inventei eu
mochila de ilusions falsamente
chea ou se nengum tambalear,
nada, é ao final definitivo?

Eu só sei que nom há já bágoas
que deixem de correr
nem espranças que

acendam lume pra quecer.

O único que há som, pois,
sentimentos velados
pra nom romper cabeças
nem dobregar dignidades
de mulher,
que sem querer ser já
-que máis da tudo-
só querem ser em prol das outras.




quinta-feira, setembro 06, 2012

COMO ESQUECER

A Moniquinha, 
que foi poema
coa súa voz cálida de trópico.

Como esquecer aquelas horas,
minutos e minutos compartidos
viaxando coa forza da palabra
que en calquera momento
emanaba. Venezuela, Orbazai,
Santiago ou Carballinho. E
que sei eu cantos sitios máis.

Unha mecedora a carón
dunha cama no salón
era o descanso, despois
de días interminábeis
de risos e tamén bágoas
nos que tanto cosiamos de lá
multicor cabelos longos
coma faciamos arepas
facendo máis grande
o teu apelido e a túa tez, morena.


Como esquecer aquelas horas,
minutos e minutos compartidos,
tamén das flores que murcharon
polo caminho e que non se
viron máis florear, inda ás veces
na tenda das flores me parecen
quasi inertes, sen ser artificiais.

Tamén daquel sofrimento aprendera
que só se pode mirar atrás
cando reflexo dun sol haxa na luz
para en ela se mirar, como hoxe
na dos teus ollos me quero eu reflexar.

Como esquecer aquelas horas,
minutos e minutos compartidos,
se só me alimento de memoria
cando o frío é tan frío
que non podo nen entrar en calor
inda que vinte tazas de caldo
dunha asentada comera con ardor.

Vivo de recordos idos,
pendentes azul turquesa
que fan despexar o ceo
cando está anubrado,
amor máis menos presente
segundo orballe ou chova
quizais, mais sempre eterno,
coa certeza de que nunca
faltará o meu sorriso para o teu,
calquera que sexa o inverno.


quarta-feira, setembro 05, 2012

ANTROPOLOGIA SOCIAL


Adicado aos grupos galegos
 que já nom som 
e aos que inda estam por ser.

E no maleteiro do carro
de volta de Castrocaldelas
-bocha de pandeireta incluida
ao som dos fachóns-
a percussom era culher
que remexía o leite de nai com café.
Aló forom aqueles anos
do lume purificador baixando
pela gorja do sentimento.

E hoje, coma se fosse no meio daquelas,
na raia da boa companha, minhotas,
umhas pupilas dim afirmar
de mans grandes de parteira
ser antropologia social
na tecla do acordeom,
memória do pobo nom vendida ao capital.


N.B.: Se o capitalismo é um feito, a revoluçom...um direito!!




PAM, ALIMENTO BASE



Ás vezes quando o cansanço ressesso
nom me permite sequera mastigar,
fago petiscos de pam de molde
pra voltar acumular levadura,
acender assim o forno de lenha
e poder cozer de novo
o preçado pam da casa.

Setembro na Crunha, sentada num céspede, onde já nom há ceo que anoiteça nem sol que desponte.