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sábado, novembro 28, 2009

O vento




"Yo no creo en Dios, ni en los milagros.
Sé que el día que me voy a morir, Dios se va a olvidar de mí.
Eso es seguro!... Y lo más peligroso para los años que vienen son las sectas
y los populistas que van a utilizar a Dios, para llevar a la gente al caos,
y a la nada y a la edad media, a todo lo que pensaba yo
que ya estaba detrás de nosotros." Manu Chao, Documental "Clandestino", 2000





Os pais falam galego
os nenos falam castelhano,
os dependentes atendem em castelhano
e chove e trona em castelhano.
Molhas-te em castelhano.
Os coches aceleram em castelhano
-contaminam a atmósfera em galego-
e as bicicletas pedaleam em castelhano
e os biciclistas suam em galego.
As hamburguesas comen-se em castelhano,
os cartos soam e voam em castelhano.

Pola fronteira vai e vem o vento:
Em galego ou castelhano?


Os autobuses circulam em castelhano,
os olhos chiscam-se em castelhano,
falar fala-se-lhe ós notáveis em castelhano
e os curas e ás virxes e os santos.
As lavadoras lavam em castelhano,
as neveras enfriam em castelhano,
os supermercados falam também castelhano.
Alumeam as luzes em castelhano
e oscurecem os días em galego.
Os velhos nascerom em castelhano
e os novos morrem em galego.
E o trem corre em castelhano
e o aviom em castelhano
e os peregrinos caminham em castelhano.
Os porcos almorçam em castelhano,
e ceiam em castelhano com fame negra.
E as verzas, as verzas plantarom-as onde?
As verzas plantarom-as em galego.

E os pais resolvem amores em galego
e miram os nenos em castelhano,
dam-lhe de comer castelhano,
explicam-lhe que os ovos venhem do castelhano,
explicam-lhe que o home do saco vem em galego.

Pola fronteira vai e vem o vento:
vai, e volve falando castelhano.

sexta-feira, novembro 20, 2009

Egolatrías V

Beata do pracer insomne
Zakila Sartu
Puta dos sentimentos brancos
Coitoa egin
Para min un só desig (hipocresía):
Nós. Guk. Nosaltres

Coma un dealbar de sombras
a luz entra en ti cando me ispo.
Crisálida das cores dun fogar íntimo
Orquídea de muller madura na solaina
O peche do amor propio encadeado de vagalumes.

Edícula do noso propio edén
é a intriga de saber que non se sabe o fin.

segunda-feira, novembro 16, 2009

Sombras


Eu quigera ser sombra da tua sombra

para poder durmir embaixo a tua cama.


Eu quigera ser sombra da tua sombra

para entregar-che a minha alma.



Eu quigera ser sombra da tua sombra

para enjugar-che os pés com lágrimas.




Eu quigera ser sombra da tua sombra

para olhar o teu corpo espido

sob as pingas da torneira.

Sombra e pó, sombra e cinza

sombra assombrada, negra sombra.




Eu quigera ser sombra da tua sombra

e fundir-me nos teus sonhos.


Eu quigera ser sombra da tua sombra

e acordar entre os teus peitos.


Eu quigera ser sombra da tua sombra:

eu quigera ser TU, mas simplesmente som EU.