Pesquisar este blog

sexta-feira, setembro 29, 2006

Sonho

Acordo um sonho
Adormeço outro sonho
Registro todos eles
Em movimento de dedos.


Repouso partidas
E inspiro chegadas...


Anoiteço quando acordo
E rio quando o sol das 14 h
Queima minha pele.


Faço meu barquinho de papel
E o liberto pelas correntezas
De minhas utopias...

Fernanda (segue o texto de Eu, "Pousa")

terça-feira, setembro 26, 2006

um espaço de passarinho
na fresta dos seus olhos,
sou a penas isso em ti

é só o meu desejo
tão poente
numa manhã de domingo

Raro amor
não vai à feira
não toca a campainha
não diz alô

O amado invisível
não me beija
nem me entranha nas cores da realidade
Voa tão longe
sem chance de me tocar

E o corpo vira um risco
um rabisco no céu
breu em liberdade

Carolina

sexta-feira, setembro 22, 2006

Um dia
a vida
não mais nomeia

Hora morte
Ora a vida.

Curva de sonhos
longa estrada para o inferno
el impasse se hace abismo.

Olhos num infinito
para noturna
não ver

Carolina

quarta-feira, setembro 20, 2006

À noite

À noite,
já vi em teus olhos
restos de um plenilúnio
que me prometera um dia
como presente pelo meu regresso...
Em mim, à noite,
a maré alta
de desejos,
a vontade de perder
o ar.
Em teus olhos hoje,
nem restos...
Em mim hoje,
restos
de um amor amordaçado.

Fernanda
(segue o texto da Carolina - "A noite inventa...")

quarta-feira, setembro 13, 2006

A noite inventa
que
Venta
o mar
o luar
o ar


Carolina ( A partir do último texto de Lilás)
busco sonhos,
sonhos que maten a fame
dos beijinhos que desexei e que gardaches.
sonhos que se fagan realidade
tralas arbores desta fraga aluarada
na que me atopo desahuciado coma un soldado
nun descampado.

buscote e non te atopo, minha bailadora de troulas mozas,
minha luíña que nunca me alumeaches o caminho escuro.
buscote porque te mirei tralas sombras,
porque tralas sombras quixen ser anxo da garda.
pero non estas, non ves a min coma antes...
o invocarte pingas de limoada varren
meu coraçao debil e desfollado, coma arbore no outono.

non hai luz, so horizontes nubrados, e moi lonxe, lonxe, lonxe,lonxe
so alo onde me prometiches volver na treboada,
albisco esperanza, o sonho dos que estan espertos.
si, lonxe, tralo balado xigante que me levantas, eu chamote.


xurxo
(segue o texto de lilás e carolina, olhar o ceu)

segunda-feira, setembro 11, 2006

A ira, a ira erguese das conciencias asoballadas, dos estomagos tiritantes do frío da tirania. e surxe, invade o corpo como un grolo de licor as seis da maña, posuete e ergueste. non chegaran os tanques, nin as balas... pois non ha mais vontade que a da ira nacida do parto da dor e a dignidade. surcará as miradas despavoridas do mercenario, do patron, do presidente e do secretario. a ira será poesía, porque a irá benigna dos homes e mulleres desta terra, fai posibel o imposibel. a irá desbodará regatos e oceanos, queimará trincheiras, destruirá o vello edificio en ruinas e deixará paso. paso os novos tempos que traerán novas sementes de novos niños. novos niños que darán novos boitres e novos redentores... porque asi é a historia, duas ideas en loita, na que a vencedora será vencida.


Xurxo

(segue o texto de luiza. esta inspirada pola teoria da historia de karl marx)

domingo, setembro 10, 2006

a ira

se a ira fosse um bicho que crescesse com a rapidez do pensamento, o meu bichano estaria já velinho, crescido no tempo de um segundo....
ainda bem que são bichinhos dentro da cabeça... imagina, como seria a vida com todos esses bichanos passeando por aí?
- olá dona ira, como a senhora está hoje?
- ah, eu vou bem querida, mas tome cuidado, a minha prima que chegou ontem tá querendo comer seu rabo...
- mas logo eu, dona ira? eu não fiz nada pra ninguém...
- ah...seu castigo tá a caminho... pode ter certeza que alguém te viu jogando pedra na cruz... que vergonha... tsc, tsc, tsc
e assim seria, eu sem meu rabo, o carteiro sem a orelha, o ingrato sem o coração...

Luiza

sábado, setembro 09, 2006

A ventania cospe fogo,
Um dragão no oriente.

Na casa, só seca e poeira
janelas fechadas.

Ponto cego
luz de velas
um vulto gélido
A insistir lá fora

Minha mente condena
Não escuto
abro a porta.

Carolina ( a partir do texto de Amencer)

quinta-feira, setembro 07, 2006

E vou, entro na tarde sombreada de areas,
Fito o meu redor, cálase o motor de xeito inerte.
Como acompañando ó silenzo vizoso e tranquilo
Coma un soldado que di: “si, señor!”

Continúo sobre a terra poirenta do vieiro
Sen máis axuda nin gasoil caos meus pes.
Vexo fontes, regatos cargados de fedor.
E sento, tranquilo acendo un cigarro, e penso.

Nada se move máis alguén ten licenza para se mover.
Armonioso e tranquilo dame un bico nos beizos: o vento.
Gozoso resposto con doce xesto na face esculpida por don quedo.
Vou, o sol queima, o sabor a barro desliza polas gorxas.

Ando, miro ó chao, ergo a cabeza, penso.
Non hai nada que temer, o mundo é eterno.
A folla cae ó abaneo, campas tocando a morto.
Bécquer existe na primavera, no outono muda ó ceo.

Follas murchas, lameiros verdes, paradoxo evidente.
Ríos cheos e cepas espidas na pasarela do inmenso.
Homes que traballan, pontes que se alzan do querer ó olvido.
Vou, lonxe daquí din que esta o ceo, e eu...só penso.

amencer
(criado a partires do último texto de carolina)

quarta-feira, setembro 06, 2006

Derramo no saara
o resto do meu corpo.

Um homem me olha
E eu sem resposta, quase morro.
Mas quase.

Tantas culpas e o inferno
não calam a infâmia

A mulher louca
cá dentro de mim
pulsa e alucina
a minha sina.

Carolina

( Criado a partir dos textos de Rita Espeschit e Amencer " Mil olhos")
2.

o orballo brilante.
os ollos da noite,
o desvelo estrelado.
a fraga a escuras.
tralas arbores... a mirada axexante.
da galiza a portugal mil olhos,
mil tuneis, mil vales de branca espuma


Amencer


Obs: texto referência "olhar o céu" de Carolina
6.

de ser posibel escribiria no ceo azul coas nubes,
resucitaria os xenios eficientes de chorar sen
bagoas. abrazaria as luces de neon das farolas e
crebaria as verbas insultates da morte
por inanicion.

desde a galiza, un saudo


Amencer

OBS: referente a série que se inicia no texto de Artênius. Texto acima teve como "ponto inicial" o poema de Luiza Caldeira número 3 da série "se fosse possível".
1.

Torrente


Nenhum projeto definido:
uma torrente de palavras
me afasta do mundo.

O redentor recorte na pele
deixe escorrer o rio da vida.

Escorreria pelo deserto,
regando o vento seco do saara.

A boca do vulcão sorrio.
Saudades do inferno
onde me reconheço.

Derramada me recomponho.
O primeiro homem bate de novo
sua clava na corcova do mamute.

Rita Espeschit

domingo, setembro 03, 2006

Olhar o céu
ver o escuro
A neblina
A lua
ao fundo
seus olhos ainda noturnos,
minha boca entreaberta
refletindo sua fome.

Carolina

sexta-feira, setembro 01, 2006

1.

Livro obsceno
num quarto escuro.
É minha cura.

Livro-me do dia,
de toda histeria
de iisss
de bem dizer

Entro nessa noite macia
Opulenta
Solitária
vadia
errante
negra

Deixo àquela bailarina, habitante da luz
a delicadeza.
Em trapos de feiticeira, olhos felinos,
a pista do meu desejo.

Carolina