Pesquisar este blog

quinta-feira, janeiro 28, 2010

Retro

"Cando morra hei de chamar a Deus en voz baixa
por medo de mancalo cos meus beizos"
Manuel María Fernández, Poeta Nacional



Ás veces viaxo a terra da area
e atopo alí mil grans que se enrabechan nos meus pés
e agardo a que a auga da primavera os refresque,
que apague as brasas que o tempo prendeu.

que facil é, contentar a un neno,
dirán algúns, que fácil é.

Cando son novo e me abandona a reuma
que conxela da cabeza aos pés
ando de novo caminhos entre xestas e piñeiros,
vou máis alá da abelaira e baixo, libre, libérrimo
cara a parediña onde a auga corre ceiva
e as pantasmas das vacas pacen en paz e harmonía.

Canta facilidade, dirán algúns,
"deixando que os nenos se acheguen a min".

E vou alí e sentome na porteleira aberta
e fito o instante... as árbores, a auga, as pedras, as paredes, camiños...
O mundo enteiro para min,
o paraiso eterno chegando a min.
Lembro sempre...
e que fácil é contentar a un neno,
cunha fogueira a arder,
e sempre lembro aquelo de que
"o salgueiro arde sempre aínda que sexa inverno"

O meu tio Benigno Alberto,
feliz el e limpo de corazón que está vendo a Deus.

terça-feira, janeiro 26, 2010

Beati mundo corde: quoniam ipsi Deum videbunt

Quero escrever nesta noite
versos feitos em duas medidas
de auga e umhas notas de jazz.
Desejo compor no abrente
umha carta de amor sem resposta,
que percorra os oceanos da Terra
sem home nem mulher que a leia.
Vou escrever quem som eu
numha romança desesperada
que navega por sangue coalhada
na ferida da putrefacta miséria
dumha naçom mansa e cansa.
Mas pesam-me as derrotas.
Dói-me ser pequeno entre os ananos.
E confundo-me de sentir-me tam só.
O Humano nasceu para ser só, o ego nom.
Esquecim quem som eu,
renunciei a escrever.
E a soidade das bágoas
trouxo a fartura da paz
para poder ouvir no vento
NINGUÉM, NINGUÉM, NINGUÉM.
Nom ser eu,
para poder ser todos
e a todos compreender.

Deixade passar a malta, deixade crescer o povo

“Ler my people go”

- Oh deixa passar o meu povo,

deixa passar o meu povo-,

dizem.

E eu abro os olhos e já não posso durmir”, Noémia de Sousa: “Deixa passar meu povo”.


1.- Intróito

Quando o tempo era pedra

chegou o ferro com os celtas

e quando o ferro vivia nos castros

o ouro convocou aos romanos.

Um mundo melhor chamou polos suevos

e a cultura do árabe ouviu-se perto,

enquanto a malta tornou o latim em galego.

Tempo e pedra,

ferro e ouro,

galego e malta

e a língua doce do amor

e dos conos untados em manteiga

caiu sob a longa noite de Castela.

E fomos proscritos.

E o nosso canto apagou-se

quando a emigraçom nos apanhou

e a pobreza imposta cultivou

dentro de nós o verme preto do ódio...

e das bágoas da raiva cresceu a auto-xenreira.

A malta tornou-se massa

até hoje.


2.- A redençom da boa


Erguemos os olhos e a bandeira da identidade

em antigos sonhos de liberdade.

Berramos QUEREMOS SER GALEGOS!!!

É tempo da pedra e do ferro

na defesa do nosso único ouro:

passo ao galego!

“Ler my people go,

ler my people go, hóstia!”.


E a malta arrebolará com as nuvens do ódio

e trepará os traidores e apátridas

no inferno do silêncio.

Povo! Povo! Povo!

Que formosa é a nossa luita!

Traidores e conquistadores

um recadinho mais vos envio

atirando o ferro vivo da palavra

e a pedra certa da vitória:

DEIXADE CRESCER MEU POVO !

TRAIDORES,

DEIXADE MEU POVO CRESCER!

domingo, janeiro 17, 2010

O vindeiro século será brutal

Em ti canto
que me canta o coraçom a golpe de infarto
e saem polos olhos sangue mais nom o pranto.
Terra somos terra seremos,
TERRA e só TERRA queremos ser.
Por que nós chamamos a Deus
jogando com os pajaros.
Porque vimos do ceu e nunca nos levantamos.
Aí! alma esgrevia
estrada de tojos e desgovernada
perdida na inmesa maré, manoel antonio!
e aínda sabes voar sempre á túa pátria
qual é a consciencia que te manda.

Nela canto... que me canta!
porque fala o coraçom e fala a pátria,
e fala deus... pajaros voadores da noite á alba.
Nossa noite nosso día, nossa neve nossa néboa,
nossa chuvia nosso sol nosso silenço nosso amor
que nos passamos que nom nos para
nem o vento nem o mar.
Nom ha nom... temporal capaz!
Sacos de uvas e nos... a voar... a voar... a voar...
E nela falo que nela canta...

quarta-feira, janeiro 13, 2010

Egolatrías VII

Ti, knut, dos meus dores e praceres:
Radiografía do eu.

Brétemas opiáceas do teu desterro
obriguei a túa fuxida para poder respirar
para saber se vivir sen ti é posíbel.
Soa, as miñas mans fan de ti.
Igual?
Incluso mellor.
Pero ao rematar: baleiro.

Agrupei soños húmidos
esquecinme só unha fracción.
Segmentaches as dores
e a min punzáronme máis forte.