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sábado, março 24, 2012
In crescendo
terça-feira, março 20, 2012
Acima das nossas possibiiidades
quinta-feira, março 15, 2012
O AMOR E O VERSO
Por dias parece que temos na pele
Um longo’e profundo prurido
Qu’escorre p’ràs costas e’o fundo do lombo
Naqueles momentos que querem a mam
D’alguém a pousar-se nalgures,
Desejam ouvir as palavras “tou cá”
Mas nestes instantes ninguém há por perto
O vento do Norte na frente
É toda’a companha que temos connosco.
Porém o prurido d’agora’é vergonha
Por irmos dizer o que segue,
Nom temos costume de ser tam explícitos.
Quantas palavras terám sido ditas
À musa da lírica toda
Falando d’amor e de cousas da ordem?
Sem dúvida’há gente qu’entende’o poema
Com todo’o presente, num hoje
Ou bem como’um ontem ou um amanhám:
Que fique por perto das cousas possíveis
Mas nunca carente d’esp’rança
Que cante saudades da vida que vive.
Embora nem hoje nem nunca’entendemos
Sofrendo’a pancada do vento
O modo em que pode viver-s’entre cánticos,
Como podedes viver sem ser mudas,
Cantar sem ser mortas em vida,
Amar e ter musa sem turnos xebrados.
Mas é musa lírica’apenas aquela
Qu’exige rigores à vate
Jamais a’encoraja a viver e ser livre.
Entom como queres que fale d’amor
S’o tenho comigo no peito?
Fazê-lo seria’expulsá-lo’ao desterro:
Nom podo falar d’arrecendos salgados
De baixa maré na tardinha
Se tenho’o sentido’embriagado do’aroma;
S’o fago nom tenho’os sentidos atentos
Àquilo que quero comigo,
Safoda’essa musa de mil amarguras!
Por isso’é que trago’estes versos bizarros
P’ra dar boa’amostra dos factos
De como bem podo falar d’erotismo
No justo momento’em que podo,
De como bem podo falar d’arrepios
Em peles alheias e próprias,
De como bem podo falar de palavras
Em bocas que sempre desmentem,
Contodo vou ter de pôr freio’aos meus lábios:
Nom sei s’é só conto de velhas,
Mas pode-se-m’ir toda’a força’em palavras.
segunda-feira, março 12, 2012
"Os ollos coas mans, sen disimular"
Só ficou aquela historia na mente dos poetas, nos seus boligrafos bic aliñados en cadea coma os chopos e biduieiros que foron matematicamente prantados en ringleira. Quizáis algún día volva aquí aquel silenzo ignoto, aquel bater de ás tralo paso do sol do amencer, ese cruceiro do sul soñado cara a arxentina a bordo dun barco... Quizáis cando se extingan os homes e fiquen só os nenos poidamos pechalos ollos e saber, que detras das pestanas o mundo desaparece.
quinta-feira, março 01, 2012
Entre o vento do nordes ven o teu alento...
no tempo me contaxio
no espazo me embalsamo.
Entre a pedra llo tizón
Entre o sol llo chán ribeirao
e deixo que a min veñan se quer
as cousas todas
os soños incertos da túa primavera
a respiración tranquila e teimuda
no vento do nordés.
Non me importa
eu deixo chover, deixo que chova
non penso na estética
tampouco na rima ou na métrica
simplemente deixo vir
cara min entre as cousas todas
que veña cousa calquer que sexa
a que me queiran facer.
Pois seica presto somos
para vir ver beber viver.
Bibe, Vive seica,
deixate logo querer...