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domingo, dezembro 31, 2006

Deo erexit voltaire!

Irman eu maldigote
por vertelo sangue
dos filhos do home na terra
fertil sempre, escura, xenerosa.
eu maldigote polos conxuros a morte
polos xuizos impunes á vida nas forcas
polos suspiros que se apagan,
polos olhos arregalados e agonizantes.
eu maldigote coas sete pragas
que habemos de cicratizar todos, irmans e filhos teus,
polos prantos paridos da sequia e da fame
polos amores rotos que nunca veran a alba.
eu maldigote e convoco á verdade
que ha de xurdir de horizontes laranxados
anunciando o fin da nosa camada.
Maldigote polos amores rotos e polas balas disparadas.


(inspirado nas cartas filosoficas de voltaire)

AMENCER (um saudo desde a Galiza para o Brasil, aqui ja estamos no 2007, a vc faltanlhe 4 horas!)

sábado, dezembro 23, 2006

Enquanto escrevo,penso prezo e nao sobre o peso,peço o que rezo,nao esqueço!
Desde quando, não meço, não venço e quase nuca sou como devo. Mas se devo, pago. Só não aceite minha moeda. Não corre. NUNCA CORRENTE.
Etilico,fatidico,litico,cetico,perpetuando sementes,crentes creio em ti,mesmo longe daqui.
Só assim me distancio. Do cio. Que insiste em não me parir....






Mr.b and Sir.g!

quarta-feira, dezembro 20, 2006

o choro é meu porta bandeira,
meu carnaval de emoçoes se esbarra em temporais de incertezas.
certezas espero,desesperador sentimento,angustiante momento,molhei todos meus lenços e nem cuica tenho!
sem ela a noite fica fria,vazia,sem seu olhar para alumiar meus dias fico sem noçao daonde pisar,a saudade corroi,o tempo nao corre tanto como eu e ela...
e só ela!
só ela me importa!!
importo sensaçoes as transmito em cançoes fotos,n tenho fotos dela!
ó vida!!!ó intenso sentimento!cruel!exagerado feito cazuza,isso amor,abuza de min abuza!
M.M.M.Black

www.flickr.com/photos/art163
www.fotolog.com/dms163
www.myspace.com/pontapronta
www.euamofernanda.com.br

segunda-feira, dezembro 11, 2006

Doce doce

Hoje os anjos passeam ao seu redor,saudando sua existencia!
persistencia,pois a vida como Dona,as vezes se mostra cansada.caminhada!
´´e longa!
as pernas..sao doces
seu labios sao doces
sua voz
é doce!
doce vida!
os anjos emanam amen's!!!!
o sol vibra!
eu tambem!
existencia!
experiencia!
vivencia!
essência!
essencial pra minha vida!

Marelo magrelo!

sábado, dezembro 09, 2006

Tristes raízes reluzem no horizonte da vida,
zona de abandono e solidão
um espectro de amor.

Olho nosso filho e me dói a verdade da falta
Do leito ao desalento,
Estou só, eu e esta criança.

Não tenho colo para dar
nesse ninho desfeito

Restou apenas esse serzinho, chorando noite e dia, com fome de viver.

Não encontro palavras para ninar,
Mas abraço meu bebê,
e esqueço-me das cinzas de nosso amor.

Me refaço mãe,
E me protejo da mulher que sou,
a outra, um ser,
um objeto,
uma ferida,
uma felina.

Carolina

quarta-feira, dezembro 06, 2006

em definiçoes,emoçoes,lembranças atenua herança...
momentos que nao se perdem...
www.flickr.com/photos/art163

terça-feira, dezembro 05, 2006

Fumaças!

Neblinado em cortinas de fumaça,que sugerem uma vida cega.
sigo!
Desencorajado,porem sábio de que nao passa de uma fase!
Frases!
Como alguem cospe palavras de amor e desconfia de virgulas tropeçantes em meio ao caminho?
Vida!
Vivo,conspiro,respiro vc!
Me sinto perdido!
Estupido!
Fumaça vazia!
PARAFUSOS,REBIMBOCAS DA PARAFUZETA,DIA ESTRANHO,NOITE AZEDA.
ACEITA O QUE E TEU Ó INFELIZ!!!
DEIXE SER.
DEIXE ESTAR.
A VERGONHA NAO ACALMARA SUA ALMA!
CALMA,NAO OUÇO CLAP'S DE PALMA.
SINTO QUE ERREI!
EGO.MATA-ME!
DUVIDAS!DEIXEM-ME!
CERTEZAS!AMO-TE!
COM PARAFUSOS A MENOS.
AMENIZO,AO MENOS TENTO!
TEMPO!
LENTO!
RAPIDO!VIDA BREVE!
ESTUPIDO MENTAL!
ESTUPIDO MINUTO!
ESTUPENDO MOMENTO!
ESTUPIN DA BOMBA!
ESTUDO SOBRE O CURSO DO TEMPO!
SERA QUE A TEMPO?
TEMPO DE REVERTER!
SAIBA QUE AINDA OS DADOS ROLAM!

segunda-feira, dezembro 04, 2006

Longe daqui

Longe daqui,existe um lugar..
Aonde as pessoas nao me conhecem,
Um lugar aonde é possivel viver sem receio do passado!
Existe um lugar aonde o sentimento descansa em euforia!
A espera de dois em um só!
La fora?
Eu sei,o mundo é um ovo!
Mas existe um admiravel mundo novo!!!
Escritas na parede todo meu sentimento
vasto
devastado
por qual?
por quem?
As palavras voam com o vento,a escrita permanece!!!
Real como a lagrima que escorre,ou o sangue que coagula em um segundo!
A vida cobra em pesadas prestaçoes!
O amor eleva tudo!
Segurança!
Segure em minha mao e nao solte mais,vou te levar comigo!!!
Confiança!
Momentos,situaçoes,lembranças,cobranças,alteraçoes
lamentos,comoçoes,sao coraçoes
lagrimas
suor
sangue
segue
siga
a vida nao para
a fila anda
Fernanda
Eu
Passado
presente
futuro
sentimento
amor
dor
cor?
roxa!!!
saudade grande!

sexta-feira, dezembro 01, 2006

Doido de tempo.

Um suspiro,um momento,um beijo,uma eternidade de esperas incontáveis que causam a desesperadora fala do cérebro que se intensifica a cada suspiro.Um momento,um beijo,um corpo,dois corpos.A proximidade intensifica o elo que se ata a cada cheiro,a cada olhar extasiante que me exprime de fluidos inesquecíveis,um suspiro dois beijos um corpo só,que se desata a cada segundo em voltas reflexivas,porem apreensivos sao os segundos longe de ti,a carne,o pecado,certo?Errado?Imoralidade,me sinto jovem,besta,pouca idade perto da loba cheia de maldade.Experiência?Me sinto perdido!Musicas me emocionam e me levam como se fosse fumaça ao vento.Peço força a Deus e tempo ao tempo,dúvidas,certezas,vida estranha.De repente aparece d frente alguem de fato,surpreendente,comovente porem brutal.e te toma d uma forma a qual voçe se entrega e se apega,e numa fraçao d segundos se torna seu mundo,loucura,ando doido de tempo!

quinta-feira, novembro 30, 2006

me embolo, me enrosco

Me embolo em cada volta de seu cabelo
elétrico
como seus olhos atentos aos meus mitérios
presa aos seus dentes longos que apertam minha carne
sobrevôo nossa cama
nada calma
emaranhada de risos ingênuos
e sussurros entorpecedores
surtamos juntos
entre pernas, braços, lua e sol
mundo de sombras sobrepostas que se engolem
à noite.
eu, sua mulher insana
você, meu menino.

Fernanda

quarta-feira, novembro 29, 2006

Segredo é solidão quando o pacto de amor ainda nem começou.Depois de anos, o secreto permanece à sombra, cheio de luz, é verdade, mas não queremos nunca dizer de todo o material estranho que nos corporifica.
Importa a vibração não estanque e que os beijos possam ressuscitar, a palavra tocante , um calorzinho para não anestesiar.
Que triste o amor que namora desperto , sabendo de todos os passos, toda história e todo cantinho suspirante do corpo amado-amante.
Já não resta nada, apenas pássaros engaiolados, dançando a monotonia dos ditos seres maduros.
Só peço a Deus que mantenha maldita a minha forma de amar. Me lance ao mar, sem salva- vidas, e que Yemanjá me traga um homem feito de coragem.

Carolina

terça-feira, novembro 28, 2006

Sementando a victoria

Estas verbas som nossas, esta boca, estes beizos.
Asi nos saen, vento que arremuinha as folhas secas,
Golpe mais forte que o da madeira verde
inardibel e inquentabel das carnes na lareira,
que non deixa medrala herba paridora do nosso leite.

Som nossas, asi saen, minhas e tuas.
Asi saen, do monte, do val, do mar...
Filhas nossas, froito das nossas fendas.
Ahi quedan, nas cinzas cara ó inmenso
cortadas polo manchete dos toxos verdes.

Ahi e asi quedan nossas verbas: queimadas, golpeadas!
Semente da pronta manha ceibe, do amencer dourado, da alba de gloria.


AMENCER
(a aure e iago, torturados e detidos polos invasores na noite do 22 ó 23 de novembro do 2006, simplemente por manifestarse en contra dos terroristas sionistas que exterminan ó pobo palestino.
PALESTINA E GALIZA VENCERÁN!!!)

domingo, novembro 26, 2006

Lover man

Um homem nasce no fundo do mar
E cresce sozinho, no limbo.
vive como um peixe solitário, pleno sujeito escondido nos corais.

Um dia alucina de tão denso ar marítimo,
o cristal de um corpo feminino.

A pérola faísca a calmaria,
um mergulho eterno no vazio.

Carolina

sexta-feira, novembro 24, 2006

Mr.black!!!

Os dias passam e as formas se transforman perante meus pontos de vista,
que te costuram a cada passo e olhar despercebido.
De forma simples e direta me entrego,
me jogo,
sem para quedas,
pois nao sou tapado,
de olhos vendados te sinto e procuro saber a textura de sua pele,
procuro a essencia de sua alma!
Intercalada a minha,
porem caminhamos sos,
em distintas metas,
que se desaguam num mesmo mar,
sua cama,nada calma.
Diga que me ama,
que meu peito inflama e pega fogo!
Que a chama sobe mais que a labareda do sol.
Intergalactico,frenetico,inexistivel,poetico,ludico porem cetico!
Te quero.Te tenho,mantenho,ate onde as vistas derem!!!
A poesia nao morre da noite pro dia,e sim em uma baldada de agua fria,
que antecipa os pezares da vida limitando os prazeres avidos.
Porém,crio asas a sentimentos certos,
para plainar em seu céu absoleto!
Sem duvidas,
sem dividas,
agora so importa a vida,
nossa vida!

terça-feira, novembro 21, 2006

NOITES DE LUA CHEIA

Aprisionei-me em teus olhos
Que pareciam com os meus
Parte da ilusão limão com mel,
Há pouco, esquecidos.
Deixados apenas, aos versos.

O muro que nos cercava
Consistia em narcisismo intelectual
Palavras bestas que nos escapolem
Racionalidade desprezível em lugar de sentimentos.

Velamo-nos agora, mortinhos
Um para o outro
Vejamo-nos desmascarados
Intrépidos em pensamentos
Não há com quem competir, está só.

Meu peito não mais te reclama
Nada quero, nem consolo.
As noites de lua cheia são apenas noites.

Gérbera, a partir do texto de Carolina, "Vivo em uma alcova..."

quarta-feira, novembro 15, 2006

Vivo em uma alcova de Deus
há muitas décadas.
Quando fiz dali minha morada,
um apelo ao desejo de pureza e assepsia,
eu incertamente sabia que meu nome desapareceria.

O corpo de mulher, aos poucos, cada dia,cada hora, mais flácido e sonolento.
Olhos esquecidos de um amor , tão vivo e intenso que agitavam a minha alma.
Não me lembro mais das noites de dama, do vinho, ou mesmo do hálito de qualquer homem que tenha sido.
Em algum lugar, eu fui uma mulher que queria,
Deixava rastros e perpetuava meu existir.

Na alcova, o remédio contra a dor
virou anestesia,
apagando tudo,
levando através do muro, o mundo.
Perdi a cor, de-cor.
Nem a loucura, me restou.
Nem o nada,
nem humanidade nenhuma,
Só Deus e os horrores desse encontro transparente.

Carolina

terça-feira, novembro 14, 2006

SOLO,POREM ACOMPANHADO
TRANQUILO D CONTEUDO AVIDO,
VEJO AS AVES,
VOAM
A SOS,TRANQUILAS
A PROCURA DE MIGRAÇOES
SAO
CORAÇOES A PROVA
A ALFORRA D UMA FARRA
A BARRA QUE SE DISSIPA
O MOMENTO QUE ANTECIPO
MINEIRO
MORENO

MARELO
MAGRELO
NO RIO!!!

sexta-feira, novembro 10, 2006

Minha voz
Quer calar
Toda noite
Em ti
no cantinho suspenso:
suspiro - pensamento
Os nós de amor
ainda num Abraço só,
a origem do mundo

Carolina

quinta-feira, novembro 09, 2006

Luz ao sol
Às vezes, escondida
Deixa tudo
tão devagar
Tão vago


e a sombra permanente
Um pergaminho
toca
e esvazia novo nas cinzas do amor

Carolina

quarta-feira, novembro 08, 2006

Belas mentiras

Meus olhos não se arregalam mais com promessas não cumpridas
Nem me aperta o coração vê-las assim, esparsas ao vento.
Elas se mesclam às folhas do outono e somem no ar
Mentiras belas de se acreditar
As tristes poesias que lia para ver brotar-me o choro
Nada conseguem hoje. Nada me comove.
As delicadezas de teus versos foram reservadas ao passado.
Tão presente em mim e por isso recusado.
Teus ditos, não ditos, não me povoam mais.
Vejo, a cada pôr do sol, um pouco de ti que se vai.
Um pouco de ti que adormeço.
Durmo desabitando-me, tentando encontrá-lo.
Encontro minha fuga. Sempre fujo...
Às labaredas que me compõe despejo água fria.
Congelo minhas entregas e cuspo escritas de nós.


(Gérbera, a partir do último texto)

sábado, novembro 04, 2006

Lémbraste, os dous alí sentados oíndo mentiras,
Indiferentes ó automatismo daquela voz ninfrona,
Banhada a túa cara polo recen nacido lourenzo,
E eu cos ollos arregalados véndote durmir.

Acordas, aquelas guerras o redor a miña forma de pensar,
Aquelas poesías tristes, líalas con actitude sueca.
Os capiteis corintios que non quixeches ser.
E o bucle de Bécquer coma as follas de outono.

Os cigarros e cafés pagados con suspiros.
O éxtase de santa tareixa de Bernini.
Lémbraste, aquela promesa? Ti pintabas, eu escribía.
Todo na lista das promesas incumpridas, da morrinha dunha mentira.

Amencer

sexta-feira, novembro 03, 2006

À!!!Ne nao!!!

A duvida,a insegurança atenuam o desejo do ser
A vontade de se estar...
Facil julgar,dificil encorajar a se julgar...
Se jogar,ao precipicio sem para quedas.
Para apenas por penas aonde nao se tem asas.
Por onde vago,lhe busco,fodam-se as verdades.
O infinito é o caminho certo!
Cobranças?Cedo?Tarde?O que é o certo?
Ao certo que vc me acerta com palavras chaves,para abrir-me em alma e corpo
Segurando meu rubro copo!Me cubro e nao me retoco!Retoricas ideias!!!
Historicas!!!


Mr.

quinta-feira, novembro 02, 2006

"Eu sou o cara"

Desde de tempos, fico pensando
Quantas falsas qualidades atribuímos aos que amamos?...
Quanta responsabilidade despejamos em seus ombros...
Alguns têm ombros extremamente curtos, frágeis.
Quantos erros cometidos por utópica perfeição de nós mesmos.
Pena a buscarmos e exigi-la no outro.
Talvez seja mais simples.
Menos complicado que tentarmos nos mudar.
Melhor sermos isentos de exigências.
A culpa, o erro não estão em mim.
A culpa, o erro, a imperfeição são seus.
“Eu sou o cara”.


Fernanda

segunda-feira, outubro 30, 2006

Profissao magayver!!!

Por quantas vezes mais precisarei pular um precipicio de emoçoes para te ver?
Por quantas infinitas vezes precisarei criar asas e dalas ao meu pensamento para estar com vc?
Por tela assim,
tao de longe,
me sinto tao perdido,talvez sem rota,mas sempre sabendo o caminho da volta,
ridiculo,ingenuo,quem nao sabe que limao é azedo e que o quente queima?
A chuva sempre molhara o descoberto!!!
Palavras de um louko sempre fazem sentido quando levadas a serio!!!
Exposiçoes de um superego!!!

o hoje é cego!

Efeito feito de concordância verbal,
Leitura labial do mundo global que rodeia,
Real pra quem diz que odeia,
Superficial para quem nao o sente,
Impuro feito veneno destilado da serpente,
Destinado,obstinado,obcecado,recados?
Papos claros,altos papas e nenhuma igreja.
Ser um ser só,ser algo além,por quem?
Pra quem?
Por tudo!!!
Por eles,por nós,pelos filhos dos homens de bem.
Pela historia,por ela,pelo olhar da janela que foca a vistoza flor amarela.
Por mais,embora poucos liguem,eu te ligo,pode deixar!
O sentido de se ter, está em preservar,
Em cuidar do que lhe é importante
Porém livre...
Dentro do perimetro que os pontos de vista custuram
Para tecer uma colcha de retalho que nos dias de frio te cubra!
Descubra o acaso e beije o presente.
Independente de pendencias...
a vida segue o curso embora cegue tantos outros.
Olhares!!!

quarta-feira, outubro 25, 2006

Não conheço

Não conheço o universo onde me encontro
Não conheço meus universos
Nem mesmo os seus
Mas sei falar da noite
Que se esvai no tempo
E sei que suas partes persistem em mim
Não quero ter dimensão, saber verdades
Quero a falta de noção da noite
Ou do que resta dela
Desejo apenas, senti-la
modificada


Fernanda (segue texto d Mr. Black!!!)

Sera q ando acordado?

Acordo,redobro sensaçoes,me perco em sentimentos,avaliaçoes da noite que se esvaira sem que eu percebesse o tamanho do universo onde eu me encontrava,no sonho,com quem eu falava?Se me amava?Alucinaçoes!!!Sao varios coraçoes a prova!verdade ou ilusao?Só sei q engana bem esta dimensao!E sem noçao me dissipo em mundos virtuais,ondas neurais processam o desconhecido.Pensei.Antes do trem parar..eu devia ter descido!!!

Mr.Black!!!

sexta-feira, outubro 20, 2006

que lugar chegar
com a bolha de sabão?
atmosfera

estratosfera
a essa altura que os sonhos se realizam

subir com o vapor quente do balão
empurrado ao léo
esmaecendo o frio e a escuridão da altitude

chegar ao ponto sublime
do desenho de sua face
da forma de suas madeixas
do cheiro cítrico do seu rastro

descer ao inferno completa
subir aos céus pecadora
manter-se na terra humana

Luiza

a partir do desmembro da gata de rua

quinta-feira, outubro 12, 2006

voces na noite calada,
escura coma teus olhos, profunda.
desmembrado o meu coraçao
a minha alma lonxe dos teus beijos.
eu vivindo en sonhos a mintira da lembranza.
e ti, tola e descoidada coma eras...
ali sentada, fitando abraiada, naquela aula,
daquela faculdade hoje lonxana. fitamonos un momento...
do sol á treboada, todo buliu, olvidamonos!
non sabiamos das novas miradas que nos agardaban!
en compostela! na capital dos asoballados!

amencer--> adicada a minha amiga heleninha, mais fermosa que a de troia!
Um nó no cotidiano
desfez o laço de fita
minha alma jaz ,
vazia
vadia e fita
um outro canto de Minas

E o espelho eterno dos teus olhos
já vai longe do que eu fui um dia

não somos mais nós,
E o que restou do amor?
um poema de assombro
a sombra calada
a dor ao lado,
a solidão das vozes.

Carolina

( A partir do último texto de Fernanda e do poema de Flor de Dezembro)

A dor de viver-me

Às vezes sinto que não caibo na alma.
Que estou do tamanho de uma explosão iminente...
e frustrada.
dissolvo-me então na angústia do deveria-ter-sido,
como um espirro involuntariamente contido...
mas que sangra;
por dentro;
nas fissuras que provoca na alma.
E lá estão elas:
as cicatrizes de tantas outras fissuras
por tantos outros espirros contidos,
a lembrarem-me do que tento esquecer a vida toda:
a dor de viver-me

Flor de Dezembro

...

Retiro a fita e dou um

Nas palavras amarradas
Em minha cabeça.

Estou livre...
Do laço
E da prisão de palavras.

Mas ainda espero...
O beijo detido no centro.

Fernanda (segue texto de Carolina, "Palavra virou...")

sexta-feira, outubro 06, 2006

Palavra virou laço de fita
roçando a nuca de uma menina

Amanhã, a menina escrita
num amor de mulher
E ainda o mesmo beijo insistindo,
fome de vinte anos luz

E um homem no centro da vida

Carolina ( Seguindo textos anteriores)

sexta-feira, setembro 29, 2006

Sonho

Acordo um sonho
Adormeço outro sonho
Registro todos eles
Em movimento de dedos.


Repouso partidas
E inspiro chegadas...


Anoiteço quando acordo
E rio quando o sol das 14 h
Queima minha pele.


Faço meu barquinho de papel
E o liberto pelas correntezas
De minhas utopias...

Fernanda (segue o texto de Eu, "Pousa")

terça-feira, setembro 26, 2006

um espaço de passarinho
na fresta dos seus olhos,
sou a penas isso em ti

é só o meu desejo
tão poente
numa manhã de domingo

Raro amor
não vai à feira
não toca a campainha
não diz alô

O amado invisível
não me beija
nem me entranha nas cores da realidade
Voa tão longe
sem chance de me tocar

E o corpo vira um risco
um rabisco no céu
breu em liberdade

Carolina

sexta-feira, setembro 22, 2006

Um dia
a vida
não mais nomeia

Hora morte
Ora a vida.

Curva de sonhos
longa estrada para o inferno
el impasse se hace abismo.

Olhos num infinito
para noturna
não ver

Carolina

quarta-feira, setembro 20, 2006

À noite

À noite,
já vi em teus olhos
restos de um plenilúnio
que me prometera um dia
como presente pelo meu regresso...
Em mim, à noite,
a maré alta
de desejos,
a vontade de perder
o ar.
Em teus olhos hoje,
nem restos...
Em mim hoje,
restos
de um amor amordaçado.

Fernanda
(segue o texto da Carolina - "A noite inventa...")

quarta-feira, setembro 13, 2006

A noite inventa
que
Venta
o mar
o luar
o ar


Carolina ( A partir do último texto de Lilás)
busco sonhos,
sonhos que maten a fame
dos beijinhos que desexei e que gardaches.
sonhos que se fagan realidade
tralas arbores desta fraga aluarada
na que me atopo desahuciado coma un soldado
nun descampado.

buscote e non te atopo, minha bailadora de troulas mozas,
minha luíña que nunca me alumeaches o caminho escuro.
buscote porque te mirei tralas sombras,
porque tralas sombras quixen ser anxo da garda.
pero non estas, non ves a min coma antes...
o invocarte pingas de limoada varren
meu coraçao debil e desfollado, coma arbore no outono.

non hai luz, so horizontes nubrados, e moi lonxe, lonxe, lonxe,lonxe
so alo onde me prometiches volver na treboada,
albisco esperanza, o sonho dos que estan espertos.
si, lonxe, tralo balado xigante que me levantas, eu chamote.


xurxo
(segue o texto de lilás e carolina, olhar o ceu)

segunda-feira, setembro 11, 2006

A ira, a ira erguese das conciencias asoballadas, dos estomagos tiritantes do frío da tirania. e surxe, invade o corpo como un grolo de licor as seis da maña, posuete e ergueste. non chegaran os tanques, nin as balas... pois non ha mais vontade que a da ira nacida do parto da dor e a dignidade. surcará as miradas despavoridas do mercenario, do patron, do presidente e do secretario. a ira será poesía, porque a irá benigna dos homes e mulleres desta terra, fai posibel o imposibel. a irá desbodará regatos e oceanos, queimará trincheiras, destruirá o vello edificio en ruinas e deixará paso. paso os novos tempos que traerán novas sementes de novos niños. novos niños que darán novos boitres e novos redentores... porque asi é a historia, duas ideas en loita, na que a vencedora será vencida.


Xurxo

(segue o texto de luiza. esta inspirada pola teoria da historia de karl marx)

domingo, setembro 10, 2006

a ira

se a ira fosse um bicho que crescesse com a rapidez do pensamento, o meu bichano estaria já velinho, crescido no tempo de um segundo....
ainda bem que são bichinhos dentro da cabeça... imagina, como seria a vida com todos esses bichanos passeando por aí?
- olá dona ira, como a senhora está hoje?
- ah, eu vou bem querida, mas tome cuidado, a minha prima que chegou ontem tá querendo comer seu rabo...
- mas logo eu, dona ira? eu não fiz nada pra ninguém...
- ah...seu castigo tá a caminho... pode ter certeza que alguém te viu jogando pedra na cruz... que vergonha... tsc, tsc, tsc
e assim seria, eu sem meu rabo, o carteiro sem a orelha, o ingrato sem o coração...

Luiza

sábado, setembro 09, 2006

A ventania cospe fogo,
Um dragão no oriente.

Na casa, só seca e poeira
janelas fechadas.

Ponto cego
luz de velas
um vulto gélido
A insistir lá fora

Minha mente condena
Não escuto
abro a porta.

Carolina ( a partir do texto de Amencer)

quinta-feira, setembro 07, 2006

E vou, entro na tarde sombreada de areas,
Fito o meu redor, cálase o motor de xeito inerte.
Como acompañando ó silenzo vizoso e tranquilo
Coma un soldado que di: “si, señor!”

Continúo sobre a terra poirenta do vieiro
Sen máis axuda nin gasoil caos meus pes.
Vexo fontes, regatos cargados de fedor.
E sento, tranquilo acendo un cigarro, e penso.

Nada se move máis alguén ten licenza para se mover.
Armonioso e tranquilo dame un bico nos beizos: o vento.
Gozoso resposto con doce xesto na face esculpida por don quedo.
Vou, o sol queima, o sabor a barro desliza polas gorxas.

Ando, miro ó chao, ergo a cabeza, penso.
Non hai nada que temer, o mundo é eterno.
A folla cae ó abaneo, campas tocando a morto.
Bécquer existe na primavera, no outono muda ó ceo.

Follas murchas, lameiros verdes, paradoxo evidente.
Ríos cheos e cepas espidas na pasarela do inmenso.
Homes que traballan, pontes que se alzan do querer ó olvido.
Vou, lonxe daquí din que esta o ceo, e eu...só penso.

amencer
(criado a partires do último texto de carolina)

quarta-feira, setembro 06, 2006

Derramo no saara
o resto do meu corpo.

Um homem me olha
E eu sem resposta, quase morro.
Mas quase.

Tantas culpas e o inferno
não calam a infâmia

A mulher louca
cá dentro de mim
pulsa e alucina
a minha sina.

Carolina

( Criado a partir dos textos de Rita Espeschit e Amencer " Mil olhos")
2.

o orballo brilante.
os ollos da noite,
o desvelo estrelado.
a fraga a escuras.
tralas arbores... a mirada axexante.
da galiza a portugal mil olhos,
mil tuneis, mil vales de branca espuma


Amencer


Obs: texto referência "olhar o céu" de Carolina
6.

de ser posibel escribiria no ceo azul coas nubes,
resucitaria os xenios eficientes de chorar sen
bagoas. abrazaria as luces de neon das farolas e
crebaria as verbas insultates da morte
por inanicion.

desde a galiza, un saudo


Amencer

OBS: referente a série que se inicia no texto de Artênius. Texto acima teve como "ponto inicial" o poema de Luiza Caldeira número 3 da série "se fosse possível".
1.

Torrente


Nenhum projeto definido:
uma torrente de palavras
me afasta do mundo.

O redentor recorte na pele
deixe escorrer o rio da vida.

Escorreria pelo deserto,
regando o vento seco do saara.

A boca do vulcão sorrio.
Saudades do inferno
onde me reconheço.

Derramada me recomponho.
O primeiro homem bate de novo
sua clava na corcova do mamute.

Rita Espeschit

domingo, setembro 03, 2006

Olhar o céu
ver o escuro
A neblina
A lua
ao fundo
seus olhos ainda noturnos,
minha boca entreaberta
refletindo sua fome.

Carolina

sexta-feira, setembro 01, 2006

1.

Livro obsceno
num quarto escuro.
É minha cura.

Livro-me do dia,
de toda histeria
de iisss
de bem dizer

Entro nessa noite macia
Opulenta
Solitária
vadia
errante
negra

Deixo àquela bailarina, habitante da luz
a delicadeza.
Em trapos de feiticeira, olhos felinos,
a pista do meu desejo.

Carolina

terça-feira, agosto 29, 2006

Declínio do imperio americano

1.

Três coisas são importantes em história.
Primeira delas, números...
segunda, números...
e terceira, números.
Quero dizer, por exemplo...
que os negros na África do Sul...
um dia certamente vencerão..
enquanto que nossos negros americanos provavelmente nunca conseguirão.
História não é uma ciência moral.
Lealdade, compaixão, justiça..
são conceitos completamente estranhos à história.


Entrevista com Dominique Sta Arnaud, por Diane Léonard...
para, "Escritores Hoje".
Dominique você é a presidente do departamento de história...
e acaba de publicar novos "conceitos de felicidade".
Você poderia falar sobre isso?
É minha premissa que conceito de felicidade pessoal...
permeia a literatura de uma nação ou civilização...
com sinais de decadência.
O que você entende por ''Felicidade pessoal''?
A expectativa de receber...
gratificações instantâneas no dia a dia...
e esta gratificação constitui...
o parâmetro normativo da existência.
Pode nos dar um exemplo concreto?
Pegue o casamento, por exemplo.
Numa sociedade estável, o casamento
é um modo de mudança econômica...
como uma unidade de produção.
Como?
O sucesso de um casamento não depende
da felicidade pessoal de dois indivíduos.
Isto nem sequer é levado em conta.
O destaque social lugares grandiosos imponentes...
progresso coletivo,um futuro promissor...
pesa mais do que a satisfação pessoal.
Na literatura romana, por exemplo...
a idéia do amor conjugal era prevalente
no terceiro século,antes de Dioclécio...
com o Império em colapso.
E na Europa, o pensamento de Rousseau sobre felicidade...
antecedeu a revolução francesa.
Então eu ponho a questão:
Que a frenética busca pela felicidade pessoal...
que temos na sociedade atual...
esta relacionado com o declínio do Império Americano...
estamos agora vivenciando isto...
Ficou bem assim???

quinta-feira, agosto 10, 2006

Desmembros

4.

Antes era o azul completo do mar no sal da língua. O peixe no aquário não advinhava o de fora, e assim, da boca sons fluíam como cardumes nadando para o silêncio - símbolos através de símbolos. Tudo em seu lugar, tudo definido e completo.

Depois..., depois eram as nuvens, a chuva ensopando o chão com novos sentidos, fazendo brotar sementes adormecidas no deserto marciano nunca dantes caminhado.

Agora o espaço é fluido, o tempo elástico, a palavra expandida, o silêncio mais carregado de elétrons. A identidade é dinâmica na vida que muda e se expande nos espaços e tempos vividos.

Não há mais um tempo de raízes enterradas mas de raízes guardadas e carregadas na alma. Onde quer que 0 peixe vá o aquário é agora um oceano sem fim.

MF

terça-feira, agosto 08, 2006

3

se fosse possível não existiria

seria sonho

seria fantasia

seria cinza

um encontro comum dentro de um entardecer cor de lírio...

trocas de olhares ingênuos

tentando descobrir a realidade do outro em um lampejo de segundo das íris

não traria a tona a vontade de um véu de estátuas frias...

traria a quentura das carnes tenras

se fosse possível...

Luiza Caldeira

(tentando desconstruir tão bonita imagem...)

sábado, junho 17, 2006

2

Ah, se fosse possível!
Não seria branca.
Se fosse possível não seria índia.
Ah, se fosse possível terias cores, de- cor.
Se fosse possível, não teria nem ao menos um corpo.
Se fosse possível não seria nada, nadaria apenas.
Daria à duras penas o meu possível,
sem véu,
sem ver.

Carolina Flecha

( a partir do desmembro de Artênius)

quinta-feira, junho 15, 2006

1

Mas se fosse outro momento, se estivesse mais noite, se a praça pudesse liquefazer o cheiro das folhas mais verdes em vapor, se as pessoas e as conversas estivessem mais entorpecidas, se fosse primavera, se fosse possível, ela se aproximaria. Rumando por entre as árvores, colhendo um ou outro graveto no chão, um pouco atrasada nas conclusões, retida no limite da vontade, um tanto nervosa nos dentes e lábios, mordendo frutos imaginários Se fosse certo, se fosse melhor, ela se aproximaria. Lembrou de coincidências vãs, comparou letras iniciais de nomes, se estivesse mais noite, se a praça camuflasse o amor com mais lamparinas e vendedores de flores, se nunca houvesse passado o tempo. Um passo mais rente, a aflição saborosa no perigo de ser vista, olhos baixos, caminhava. No final de um semi-círculo descrito pelo corpo, uma curva inevitável, a relutância e o abandono, como se o gavião fizesse a vítima, a proximidade entre voar e morrer, mais um pouco e ela já queria. Deixou cair os restos de gravetos que as mãos quebraram, seguiu pela única direção que se marcava. Ele a viu. Ela o olhou.
Artênius Daniel

7

As oposições fizeram nascer as separações que originam várias dores. Não que isso não produza nada. Alguns belos escritos já foram feitos por isso! Mas até mesmo os escritos são o que é vivo. E viver separando é viver se opondo. Vivo e morto, por exemplo. Não que o ato de opor e de se opor não produza nada. Muito se caminha nas oposições. Mas que caminho é esse? Um caminho lotado de paredes borolentas. Ásperas e fétidas. Com Homens, Bichos e Coisas. Todos bem separados. Com sagradas impurezas que parecem querer purificar, profanar um correto louco e livre. Sem correntes. Sem rotinas. Com pontos e contrapontos em tudo, como se no nada não houvesse um ponto de um vazio cheio de algumas contradições e contrapontos. Como se a Lógica não fosse apenas uma lógica. Posso dizer podemos. Posso falar somos seus e meus até a posse se desfazer e sermos vários de nós mesmos e de quem nem sabe que existimos. Posso não me limitar às minhas vontades e dizer sim às suas e a de todos, aos pontos, círculos, quadrados, triângulos, finitos. Posso jogar geometria e calcular o futebol. Posso fotografar as minhas nossas histórias e historiar a engenharia das paredes, dos bichos e das pessoas. Posso voar qualquer vôo que não se possa imaginar. Ser amigo das correntes, íntimo dos grilhões, ser a liberdade e nos libertarmos dentro de um quarto de quatro lados, ansioso pra ser mobiliado e povoado por palavras. O quarto papel. Posso não achar que sou a origem de todas as coisas e que elas não precisam mudar para que eu seja. Bem simples! Podemos apenas ser e sermos todos juntos mesmo que em si só. Podemos, mais que isso, nos jogarmos à entrega, aos medos, sermos contra, santos, castas, formigas, elefantes, poetas, reclamões, mesquinhos, contraditórios...sempre sendo no outro o que todos podem ser, desmembrando as separações eternas com encontros para sempre.
Francis

6

pessoas passam , carros devoram o caminho reto e certo, rotulado com sua velocidade, marcado, delimitado. quebrar barreiras, correr, andar respirar, viver, nascer de novo, fugir desta forma alucinada de regras...
um brinde a quem tem a coragem de fugir da velocidade incerta da cidade! ela me fascina, me monta e desmonta, sou apenas mais uma no meio da muiltidão, mas sinto um apelo...sou viciada por esta coisa tão ilógica e orgânica de cidade...
Luiza Caldeira De Barros

5

A alma muda, mas não muda. No urbano o corpo se funde, napele a alma se fecha. Sair do lugar para se deparar com oesgarçado, cansado. O velho travestido de novo, mimetiza-sena desordem. Porra! Quero me estilhaçar em pedaçosinvisíveis, fundir em paredes de pedra. Você não vê? O queultrapassa, extravasa, busca a extremidade inalcançável emortífera do desejo me seduz. Coisa que não se deduz. Nãominta, sinta.
Léa Gomide

4

A mulher casta em dias santos
São ondas de humor, rumores, um amor.
Acorda ensolarada e dorme adoentada
Insana, lenta.
O amor passa, o sexo passa,
Passam seus homens,
perfumes
odores
dores
Passa, passa, passagem
Paz, paz e paz.
Acabou o sexo, mulher em paz, sem sexo.
É o diabo!
Carolina Flecha

3

Mudanças constantes atravessam os movimentos feitos e lufa uma braçada de ar fresco. Superfícies nunca imaginadas, absorvidas pelo sopro de vento novo. Quem sabe ventania?! Sem limites: nem escolhidos, nem impostos... Viver um dia diferente, rotina é não ter rotina. Será q isso seria possível? Até a falta de rotina se tornaria uma nova rotina. O que seria então o novo? O velho? A mudança... Mudanças seriam descontinuidades... Mas como crescer sem um processo? Continuidade dentro da descontinuidade... Continuidade de instabilidades, de hábitos mortos, mas que nos perseguem como grilhões. Ser casto? Seria possível não se abalar por todos esses hábitos?! Mais uma vez o ponto e o contraponto... Tudo prossegue em sua dualidade infinda. São circunstâncias vividas ao extremo e por isso mesmo negadas com toda a veemência. O movimento continua. Cada dia uma nova oportunidade, na velha mesmice de sempre... Tudo enfadonho, trazendo a sensação de figurinha repetida, de densidade emocional, de complexidade, e, por isso mesmo, o prazer e a leveza, que transforma a vida em raiar de sol, em lua cheia... Renata Caldeira

2

Tolices humanas, tolices mundanas, tolices urbanas... tolices externas que se internalizam. Vamos profanar? Vamos consagrar? Vamos nos prender ao mundo? Às pessoas (quem são?)? Vamos nos agarrar a tudo o que é passagem?
Vamos nos martirizar por quebrarmos as correntes? Queremos as correntes? Culpas, preocupações, aflições... para quê? Proporcionemo-nos o gozo! Que tal um vôo sobre a superficialidade e um mergulho na intensidade?!
Casta? Basta. Perder-se! Para encontrar–se nas escolhas próprias.
Para emergir em suas próprias soluções.
Ser a maré em lua cheia! E afundar quem ou o que não sabe ou não quer se manter na superfície. Deixar que os “intransigentes” sejam engolidos, sejam absorvidos pelas ondas que nos compõe. Pelas ondas que nos movimentam. Sejam elas revoltas ou tranqüilas...
as nossas! Que esses intransigentes, que nos evocam ao espírito aventureiro sejam parte desse mundo complexo de nossas mudanças de tempo, de hábito, de tempero, de adjetivos abandonáveis... Definir-se: mudança!!! Limites? Os que eu escolho.
Fernanda Paccelle

Com ou sem

Raymond Fosca, o herói do livro de Simone de Beauvoir, é realmente imortal — ele não deixa de existir quando tem sua cabeça decepada. Se assim o fosse, não teria hesitado um minuto sequer em decepá-la ele próprio.