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quinta-feira, junho 28, 2007

3 cálices para o sonho
a curva, para o encontro
e o desejo?

efetuado na visibilidade do corpo
imanência fora do geográfico
justo para não se encerrar no espaço, ganhando abstração

nunca perder o desejo outrora oculto

faltou segurar as mãos
e tocar com a lingua outro céu que não seu

adormeceu, com Eros a seus pés

ulisses,em perigranações
e constantes partidas antes de chegadas

antes que ele se fosse mais uma vez
já tão próximo dos dedos
nao viu ela, que tambem partira
ele, in albis
e inalcançável, tal qual o termo num dicionário (1498 pgs)

ela cruzou a porta
a próprias perspectivas e as de Ulisses
que tocou tanto
e nao tocando nada foi tocado pela imprevisibilidade

quando ele veio, anunciava partidas

ela, para não ver partir Eros
traiu, mas não ao desejo:
adormeceu acordada
e por amor a nada ( aceitou Ulisses), teve Eros a seus pés

não.
Ulisses em seus propósitos
(e por princípios)
naõ perderia a si, nem se faria achar
por aquela que sem perambular pelos quatro cantos da Terra
tomou vinho com ele tão a beira do canaletto
que um cálice extra lhes afogaria

2 cálices para o sonho
a curva, para o encontro
e o desejo?

(que ele tivesse, mais que pressas e passaportes,
raizes e asas, a altivez e a benevolência que tem os cavalos)

tomando um cálice a menos, a beira da cama
antes que ele se fosse pelos quatro cantos da Terra.

juliana salo

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